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Passos admite que errou (e a troika também)

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EPP / Flickr

Pedro Passos Coelho, líder do PSD

Pedro Passos Coelho, líder do PSD

Passos Coelho reconheceu, em Bruxelas, que o Governo da coligação PSD/CDS tomou decisões erradas durante o período de assistência financeira, mas foi o executivo liderado por si que deu os primeiros passos para sair da austeridade.

Perante uma plateia de sociais democratas, durante a apresentação em Bruxelas da sua candidatura à liderança do PSD, o ex-Primeiro-ministro sublinhou que a reversão da austeridade, agora apresentada pelo atual Governo, não é uma ideia do Partido Socialista.

“Fomos nós, ainda no ano passado, que gradualmente começámos a remover as medidas de austeridade. Esse processo de remoção de austeridade é uma espécie de prova dos nove de que fomos bem-sucedidos”, disse o presidente do PSD.

Para o antigo chefe do Governo, se tivesse havido falhanço, “não era possível dispensar” as medidas de austeridade.

“Os atuais governantes removem políticas de austeridade porque isso é possível e é possível porque fomos bem-sucedidos“, repetiu Passos Coelho, sublinhando que “o problema é saber se, com o afã de querer voltar essa página, não tropeçamos e não temos de voltar atrás”.

Passos Coelho, no entanto, também reconheceu os próprios erros, assim como os da troika, mas também as razões para a tomada das medidas.

A troika cometeu muitos erros, como nós cometemos muitos erros, mas quer a troika, quer nós, procuramos sempre fazer aquilo que era preciso fazer para responder aos problemas que existiam”, disse o social-democrata, acrescentando que as políticas para esses problemas “eram tudo menos agradáveis do ponto de vista do marketing político”.

Ataque à Esquerda

Perante membros das secções do PSD de Bruxelas, Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo e França, Passos Coelho defendeu a necessidade de atrair investimento estrangeiro para Portugal, mas deixou a questão de como convencer industriais a apostar num Governo que “depende no Parlamento de forças políticas desconfiadas do sistema financeiro”.

O líder social-democrata questionou como “vender uma história” para dar confiança a investidores internacionais, com a “CGTP, que sempre se recusou a qualquer concertação social que validasse um processo de reforma estrutural, com o PCP, que tem uma posição de aversão à União Europeia ou com o Bloco de Esquerda, que tem combatido a ideia da Europa” defendida pela “grande maioria dos europeus”.

Acerca da TAP, o antigo Primeiro-ministro pediu mais explicações sobre o “processo de privatização que terá sido reconvertido”.

“Mas nem o Governo sabe explicar bem como”, notou Passos Coelho, recordando que o atual Primeiro-ministro, António Costa, garantiu que o Estado iria recuperar 51% da companhia aérea “a bem ou a mal”.

“Parece que houve um entendimento para que o Estado recupere 50%, mas não se sabe bem em que termos e em que condições e se isso faz da TAP uma empresa pública ou uma empresa privada”, disse Passos Coelho, garantindo que “na Europa toda a gente sabe o que significa” e que “não é um sinal positivo para os investidores e para quem avalia a trajetória da dívida portuguesa”.

Bom Dia

2 Comments

  1. Afinal onde é que eles consideram que erraram, onde é que eles consideram que acertaram?
    Essa é a informação mais importante, que muito boa gente gostaria de saber.
    Aonde é que Passos Coelho reconhece que errou?

  2. Mas que espécie de patriota é ele, que vai dizer aos parceiros ingleses, franceses, alemães, etc. que seria muito bom que Portugal atraísse investimento estrangeiro, mas que na prática não é possível com o governo que temos? Mas ser oposição é andar a prejudicar Portugal pelo estrangeiro? Com franqueza…

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