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Partido Popular Europeu suspende partido do primeiro-ministro Viktor Orbán

Patrick Seeger / EPA

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán

A assembleia política do Partido Popular Europeu (PPE) decidiu suspender “com efeito imediato” o Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou o líder do grupo parlamentar do grupo conservador, Manfred Weber.

“O PPE decidiu hoje suspender a filiação do Fidesz no seio da família do PPE. Na prática, isso significa que o Fidesz não pode apresentar candidatos a cargos no partido, não pode votar em qualquer tipo de assembleia do PPE, e nem sequer estão autorizados a participar em reuniões”, anunciou Weber, precisando que Orbán já não poderá estar presente na quinta-feira na “mini-cimeira” dos conservadores que antecede o Conselho Europeu.

A decisão foi tomada depois de “uma tarde muito intensa e uma reunião que não foi fácil”, apontou Weber, mas de forma inequívoca, pois a proposta de suspensão apresentada pela liderança do PPE foi aprovada com 194 votos a favor, três contra e um nulo.

A suspensão surge na sequência de uma série de ações por parte do partido húngaro, incluindo as campanhas anti-imigração e os ataques ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que desafiam aos valores do PPE.

“Como família política, não podemos apenas ter princípios e falar de valores. Temos, além disso, liderar pelo exemplo. Esperamos de todos nós e dos nossos partidos-membro e associações que cumpram esses valores e esses princípios”, lê-se na moção apresentada pela presidência do PPE, à qual o Observador teve acesso.

O Fidesz, partido que governa em maioria a Hungria desde 2010, e que desde então tem merecido várias críticas dentro e fora da sua própria família política, está agora obrigado a dar quatro passos, de acordo com a moção.

O primeiro é a retirada de todos os cartazes pagos pelo Estado húngaro, em que, juntamente com uma mensagem eurocética, aparece o Presidente da Comissão Europeia e membro do PPE, Jean-Claude Juncker. O segundo é um compromisso do Fidesz no sentido de garantir que não torna a repetir estes “ataques” no futuro.

O terceiro, é a “clarificação” das “questões legais” que levaram a Central European University, fundada e financiada pelo multimilionário e filantropo húngaro-americano George Soros, a sair daquele país. Por fim, o quarto compromisso será o cumprimento da resolução de emergência assumida por toda as partes do PPE no congresso de Helsínquia, em novembro de 2018.

A suspensão do Fidesz do PPE será por tempo indeterminado — e a extensão das quatro exigências, que muito dificilmente serão cumpridas nos próximos dois meses, deverá significar que a suspensão durará vários meses para lá das eleições para o Parlamento Europeu, agendadas para 26 de maio deste ano.

Até que seja apresentado um relatório em que fiquem demonstradas as alterações exigidas pelo PPE ao Fidesz, o partido de Viktor Orbán estará suspenso de funções na família política do centro-direita. Durante esse período, o Fidesz “não terá quaisquer direitos como partido-membro” do PPE.

ZAP //

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