O LIVRE, mais recente partido político formalmente reconhecido pelo Tribunal Constitucional (TC), perfaz um ano de vida no domingo, 16 de novembro, mas junta esta sexta-deira membros e apoiantes num jantar comemorativo, em Lisboa.
O I Congresso da força política, cujo rosto mais visível é o do ex-eurodeputado independente pelo Bloco de Esquerda (BE) Rui Tavares, aconteceu a 5 de outubro, em Sintra, com a presença do vencedor das primárias do Partido Socialista (PS), António Costa, atual concorrente a primeiro-ministro e presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Há um ano, numa sessão pública no Teatro S. Luiz, foram aprovados a declaração de princípios, o nome e o símbolo, uma papoila, do então movimento que pretendia ser um “espaço de liberdade no meio da esquerda”.
O LIVRE realizou um Congresso Fundador a 31 de janeiro, no Porto, no qual os seus órgãos foram eleitos e entregou em 4 de fevereiro 9.111 assinaturas no Palácio Ratton, vindo a ser notificado pelo TC da sua legalização a 20 de março.
Nas eleições europeias de 25 de maio, o novo partido foi o sétimo mais votado, com 2,18% dos votos expressos, depois de o Bloco de Esquerda ter conseguido 1,79% em 2004.
Principais momentos do LIVRE
16/11/2013
Cerca de 160 pessoas aprovam a formação do partido, a sua declaração de princípios, já com as emendas sugeridas na sessão pública, assim como o nome (LIVRE) e o símbolo (papoila) para ocupar um “espaço de liberdade no meio da esquerda”, com duas abstenções, no Teatro S. Luiz, em Lisboa.
31/01/2014
Perto de 250 pessoas elegem os órgãos do LIVRE – grupo de contacto, assembleia, grupos de trabalho, conselho de jurisdição (comissão de fiscalização e comissão de ética e arbitragem) – na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Porto.
20/03/2014
Os responsáveis do LIVRE são notificados pelo TC do acórdão que valida cerca de 7.600 assinaturas de cidadãos, acima das 7.500 exigidas por lei, com vista ao reconhecimento formal como partido político, depois de terem sido recolhidos e entregues no Palácio Ratton 9.111 nomes de eleitores.
25/05/2014
O LIVRE consegue o melhor resultado de uma força política estreante em sete eleições europeias, com 2,18%, acima do BE (1,79%) em 2004, mas falha o objetivo de eleger qualquer representante em Bruxelas, embora seja o sétimo mais votado entre 16 listas (duas coligações), logo a seguir aos partidos com assento parlamentar em São Bento e ao Movimento Partido da Terra, cujo cabeça de lista foi o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto.
5/10/2014
O I Congresso do LIVRE é marcado por intervenções do futuro líder socialista, António Costa, da dirigente da Associação Fórum Manifesto, a ex-deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago, e, pelo Movimento Renovação Comunista, de Paulo Fidalgo.
Costa afirma que cada um tem de apelar ao seu eleitorado, mas “ter maioria absoluta não significa autossuficiência”. Drago, de cuja organização também faz parte o dissidente bloquista Daniel Oliveira, reafirma a convergência de posições face ao LIVRE.
28/10/2014
Responsáveis do LIVRE reúnem com grupo parlamentar do PS, defendendo o aprofundamento do diálogo entre forças políticas de esquerda para um novo Governo, mas colocam reservas a uma eventual coligação formal pré-eleitoral.
8 e 11/11/2014
Ana Drago e Daniel Oliveira admitem, em declarações públicas, negociações com o LIVRE, com o objetivo de criar uma plataforma política e cidadã, com “força eleitoral” e disponível para “condicionar e intervir na governação”.
ZAP / Lusa