O parlamento espanhol votou esta quarta-feira em Madrid contra o projeto de Orçamento para 2019 do Governo minoritário socialista, o que pode forçar o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, a marcar eleições antecipadas.
Os partidos independentistas catalães, que foram decisivos para a subida ao poder de Pedro Sánchez em junho passado, votaram agora ao lado da oposição de direita na devolução ao executivo da totalidade das contas de Estado.
O chefe do Governo e vários dirigentes socialistas têm afirmado que, sem orçamento, a legislatura, que deveria terminar em meados de 2020, seria “encurtada”.
Pedro Sánchez tem agora de decidir se continua a governar, prolongando em 2019 o orçamento do executivo anterior, de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), ou se convoca eleições antecipadas. Todos os olhos estão postos no chefe do executivo e a imprensa espanhola já avança com prováveis datas para as eleições antecipadas: 14 de abril ou 26 de maio, datas coincidentes com as eleições locais e europeias.
Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 2 de junho de 2018, depois de o PSOE ter conseguido aprovar no parlamento, na véspera, uma moção de censura contra o executivo do Partido Popular (direita) com o apoio do Unidos Podemos (coligação de extrema-esquerda) e uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.
Os socialistas têm apenas 84 deputados num total de 350 e o Unidos Podemos 67, com as últimas sondagens a indicarem que os partidos de esquerda ainda não conseguiriam assegurar uma maioria estável, apesar da subida das intenções de voto no PSOE.
A direita tem pedido insistentemente, desde há meses, eleições antecipadas e lembra que Sánchez, quando fazia parte da oposição, defendia a demissão do Governo no caso de o Orçamento não ser aprovado. Mesmo o principal apoio parlamentar do PSOE, o Unidos Podemos, tem sustentado que, se o Orçamento não for aprovado, deverá haver eleições antecipadas.
No fim-de-semana, o PP e o Cidadãos convocaram uma grande manifestação na capital espanhola, à qual se juntou a extrema-direita, para exigir eleições antecipadas e o fim das concessões à Catalunha.
ZAP // Lusa
Mais um safanão no império castelhano!