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Para o líder do CDS, o Governo “está a decompor-se”. BE diz que discussão sobre remodelação é “inútil”

Nuno Veiga / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.

Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, entende que o Governo precisa “urgentemente de uma remodelação”. Já Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, diz que essa discussão é “inútil”.

O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou esta segunda-feira que o Governo precisa “urgentemente de uma remodelação”, considerando que o Executivo de António Costa está a decompor-se.

“Este Governo precisa urgentemente de uma remodelação. E se António Costa não fizer essa remodelação, passa a ser responsável pelos erros políticos dos ministros que não substitui”, disse o centrista, na freguesia da Graça, concelho de Pedrógão Grande (Leiria), na apresentação dos candidatos do partido neste concelho às autárquicas.

Para o presidente do CDS-PP, “esta remodelação urge fazer num Governo que trata o Estado como a sua casa, que vai fazendo da impunidade a regra e a irresponsabilidade política uma forma de gestão”.

Antes, o democrata-cristão sustentou que “o Governo está a decompor-se a cada dia que passa e a perder credibilidade aos olhos dos portugueses e a dar mau nome a Portugal, mediante este acumular de casos que tem acontecido”.

Entre esses casos referiu a “quebra do consenso político e social no combate à pandemia” de covid-19 ou as “nomeações dos boys para ordenados chorudos e tachos no Estado, como Adão e Silva”, comissário dos 50 anos do 25 de Abril.

Rodrigues dos Santos apontou, ainda, as “gaffes e trapalhadas inacreditáveis na Administração Interna, na Justiça, que começa a ser colonizada com os amigos da ministra para favorecimento do Partido Socialista e com este caso de perseguição inacreditável às crianças de Vila Nova de Famalicão que não querem frequentar as aulas de Educação para a Cidadania e Desenvolvimento”.

Ao primeiro-ministro, o presidente do CDS sugeriu começar pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que “já há muito tempo que perdeu a confiança dos portugueses, perdeu a credibilidade e a autoridade que se merecem a um ministro de um Governo de Portugal”.

“Está na hora de fazer mais, porque este Governo está a decompor-se a cada hora que passa à vista de todos”, reiterou, declarando que, “por todas estas razões, é preciso um partido político responsável que coloque a casa em ordem e esse partido será sempre o CDS-PP”.

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, discorda. A bloquista defendeu que a discussão sobre a remodelação é “inútil” em face da necessidade de resolver os problemas do país, considerando “bizarra” a forma como alguma oposição se tem comportado.

“Noutros momentos já me pude pronunciar sobre isso, mantenho que a nossa responsabilidade neste momento é responder aos problemas do país. Não vou debater esse assunto, porque acho absolutamente inútil debater isso quando estamos aqui com trabalhadores, mais de 400 trabalhadores da Altice, que podem vir a ser despedidos e quero centrar-me nessa questão”, afirmou.

A líder do BE considerou até a atitude de alguma oposição “bizarra”. “Muito sinceramente, nós defendemos a necessidade de resolver os problemas do país e é sobre isso que nos vamos focar sempre e achamos até bizarra a forma como alguns partidos da oposição se têm comportado nos últimos dias”, disse.

Quanto à avaliação que faz da atuação do Governo, Catarina Martins disse que, nesta altura”, “é preciso muita atenção às questões do trabalho“.

“Há uma série de despedimentos em curso no país, uns mais encapotados do que outros. Lembro por exemplo os ‘outsourcing’ das cantinas, da limpeza, onde tem havido tantos problemas, e temos também empresas a despedir em período de pandemia para postos de trabalho que se mantêm e o caso da Altice não é o único”, exemplificou, salientando que a primeira forma de recuperar o país de uma crise é assegurar postos de trabalho.

Questionada sobre se a renovação da equipa governamental seria benéfica no âmbito das negociações para o OE, a coordenadora do BE disse apenas que um Governo que projeto os direitos dos trabalhadores é “seguramente” melhor.

“Seguramente um Governo que proteja os direitos dos trabalhadores que impeça o despedimento coletivo na Altice, tenha disponibilidade para mudar a lei de trabalho para proteger os trabalhadores estará em melhor condições para negociar um orçamento à esquerda”, concluiu.

Esta segunda-feira, o presidente do PSD, Rui Rio, afirmou ser notório o “desgaste” e a “desorientação” do Governo, considerando ser evidente a necessidade de uma remodelação que, caso fosse primeiro-ministro, incluiria Eduardo Cabrita.

ZAP // Lusa

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