O papa Francisco reconheceu esta terça-feira que padres e bispos abusaram sexualmente de freiras, numa resposta a uma pergunta de um jornalista durante uma viagem de avião de regresso dos Emirados Árabes Unidos.
“Havia padres e também bispos que faziam isso”, concordou o papa, que nunca tinha abordado a questão diretamente, considerando ainda que é um tema relevante na Igreja.
Citado pela agência de notícias AFP, Francisco disse que esses casos podem ser encontrados “em todos os lugares”, mas são mais presentes em “algumas novas congregações e em algumas regiões”.
“Estamos a trabalhar nesse dossiê há muito tempo. Suspendemos vários clérigos que foram demitidos por causa disso”, disse o papa Francisco, sem mencionar nomes ou países.
“Não sei se o julgamento [canónico] acabou, mas também dissolvemos algumas congregações religiosas femininas que têm estado muito ligadas a essa corrupção”, acrescentou o papa, observando que a Igreja não se pode refugiar em negação. “Nós temos de fazer algo mais? Sim! E temos vontade? Sim!” insistiu o papa.
Jorge Bergoglio prestou homenagem ao seu antecessor, Bento XVI, que teve “a coragem de dissolver uma congregação feminina” na qual “esta escravidão de mulheres foi estabelecida, escravidão que foi tão longe quanto a escravidão sexual das mulheres pelos clérigos e pelo fundador”. O papa Francisco referia-se à congregação francesa das Irmãs contemplativas de São João, disse após a conferência de imprensa o seu porta-voz.
O chefe de Estado do Vaticano referiu ainda outra congregação religiosa, culpada de “corrupção sexual e económica”, na qual o papa Bento XVI insistiu em investigar. “Ele era um homem forte e consistente”, declarou o papa Francisco.
O papa chamou ao Vaticano, no final de fevereiro, os presidentes de conferências episcopais de todo o mundo para uma cimeira sobre “a proteção de menores”.
No início do ano, uma investigação da agência de notícias Associated Press denunciou uma série de abusos sexuais e violações cometidos sobre freiras na Índia durante décadas por padres que contaram com o silêncio cúmplice da hierarquia católica.
Quase duas dúzias de freiras e ex-freiras queixaram-se de repetidas violações e de uma hierarquia católica que pouco fez para as proteger, ao mesmo tempo que detalharam frequentes situações de assédio sexual, existindo ainda relatos de sacerdotes que afirmaram terem tido conhecimento direto deste tipo de incidentes.
// Lusa
Que nojo…
Essas coitadas… Seriam maiores e vacinadas e mesmo admitindo uma qualquer situação de dependência , poderiam e deveriam ter-se defendido e denunciado as situações. Tenho ainda assim bem mais pena dos menores que por todo o mundo foram abusados.
Quanto ao resto acho que a igreja tem um problema grave com o tema sexo. Sexo é bom, faz bem à pele, faz muito pelo bem-estar mental das pessoas e não deveria ser negado aos padres. Estes deveriam poder casar-se (já assim foi na igreja católica e é-o na protestante), ter filhos e deste modo estarem perfeitamente habilitados a falar do tema FAMÍLIA.
Quantas situações não existem de padres que, não sendo casados, vivem com uma mulher quase uma vida inteira?! A igreja tem de se modernizar. E neste caso a igreja até já permitiu no passado casamentos, pelo que poderemos estar perante uma necessidade de se antiquar.