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Países entram numa “guerra secreta” por ventiladores, admite agente da Mossad

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Jean-Christophe Bott / EPA

Muitos países estão a utilizar os seus serviços de informações para a compra de material de saúde encomendado por outros, sobretudo ventiladores, para enfrentar a crise do novo coronavírus, disse um agente da Mossad, encarregado de comprar equipamento para Israel.

“Estamos a usar todas as nossas conexões especiais para vencer a batalha e fazer provavelmente o que todos fazem: conseguir produtos encomendados por outros [países]”, admitiu um agente identificado como “Het” no programa Uvda do Canal 12 israelita, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Os serviços secretos externos de Israel conseguiram fretar três carregamentos de equipamento para o país, incluindo 27 ventiladores para cuidados intensivos, e esperam a chegada de outros 160 esta semana.

“Supervisionei muitas operações na minha vida e nunca geri uma operação tão complexa”, declarou o agente, que detalhou algumas das frustrações encontradas.

Um avião com material de saúde que Israel tinha comprado não obteve autorização para descolar e perdeu-se a compra. Outra vez, camiões chegaram a uma fábrica para recolher equipamento comprado pela Mossad num país europeu e descobriu-se que pouco antes o material tinha sido levado por outro país.

A Mossad, dependente do gabinete do primeiro-ministro, foi encarregue de obter noutros países equipamento como máscaras, luvas, testes de coronavírus, medicamentos e, sobretudo, ventiladores, imprescindíveis para salvar dezenas de vidas na situação atual.

Het assegura que os preços quadruplicaram e que todos os países lutam para comprar aquele material face à escassez que provocou o alto número de infetados, mais de 850.000 em todo o mundo.

Até ao momento, Israel contabiliza mais de 5.500 infetados e morreram 21 pessoas, contando o país com cerca de 1.500 ventiladores, segundo um relatório da comissão parlamentar dedicada à crise da covid-19.

Nos próximos dias, a Mossad pode fechar a compra de 1,5 milhões de máscaras, dois milhões de luvas e material de proteção e mais 180 ventiladores, indicou a mesma fonte.

A meta que os serviços secretos israelitas têm é conseguir 7.000 ventiladores. Para as operações de compra, o programa revelou que a Mossad recebe mais de 2.000 pistas por dia, algumas falsas e outras em que o serviço é ultrapassado na compra por outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu esta semana a países membros do G20 para aumentarem a produção de equipamento médico para fazer frente à pandemia, perante a falta de material de proteção para profissionais de saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866.000 pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43.000. Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

// Lusa

6 Comments

  1. Perante mais esta notícia e sabendo à partida da eficácia e poder de invenção dos israelitas começo a pensar de que afinal pior que o COVID 19 é o estado de demência dos políticos, senão vejamos: total dependência da China em quase tudo, neste caso aplicaram-nos o veneno e agora vendem-nos ao preço que bem entendem a cura e enriquecem enquanto os outros vão cair na miséria; por outro lado e estando nós como numa situação de guerra os políticos parecem estar acomodados sem que se tomem medidas rápidas para que por vários países se fabrique tudo o necessário para salvar a humanidade.

    • Esta afirmação é não compreender o mundo e como este funciona. Quem escolheu os chineses foi o amigo e outros! As pessoas querem comprar barato. A China produz barato. Os países do ocidente produzem caro porque têm salários elevados. É o amigo nas suas opções diárias que faz com o monstro chinês cresça. Não são os governos! Se estiver disposto a baixar o seu salário verá que a china não crescerá tanto. Grande parte da produção deslocar-se-ia novamente para o ocidente. Mas se reparar a china também já foi mais china do que agora. É que neste momento países com o vietnam, cambodja, tailândia… fazem-lhe concorrência. Têm mão-de-obra ainda mais barata. Como comecei por dizer o amigo não compreende o mundo em que vive e manda atoardas sem qualquer sentido para o ar.

      • Já percebi que o amigo é que percebe tudo, se não é político garanto-lhe que tem qualidades para tal! Há uns anos atrás as televisões do mundo ocidental caíam em cima dos países asiáticos por fabricarem barato e escravizar, recordo-me do caso Adidas entre outros que se pedia o bloqueio à marca, entretanto os políticos europeus entenderam por bem que a solução económica estava na globalização, a conversa da condenação acabou de imediato,nunca fui favorável embora você considere que eu sou um dos culpados,agora de facto sou obrigado a comprar chinês porque na loja que entrar não vende outra coisa, possivelmente você vai ás lojas de luxo mas tenha cuidado que mesmo essas estão traficadas com fabrico asiático.

  2. O que é preciso é que os vários países comecem a PRODUZIR estes equipamentos internamente em vez de estarmos completamente dependentes de entidades externas.
    A Seat em Espanha já começou a produzir ventiladores. Cá em Portugal estamos já a produzir as viseiras e as máscaras. Ponham a Auto-Europa a construir ventiladores.

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