Pais publicam um dos livros encriptados de estudante desaparecido no Brasil

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Um estudante de psicologia brasileiro  desapareceu misteriosamente  em março, deixando as paredes do quarto cobertas de escritos indecifráveis e 14 livros manuscritos em código. A família publicou agora um livro descodificado – para quem quiser “satisfazer a sua curiosidade sobre o caso”.

O jovem Bruno Borges, de 24 anos, estudante de psicologia de Rio Branco, no estado do Acre, no Brasil, escreveu 14 livros encriptados e desapareceu misteriosamente. Foi visto pela última vez a 27 de março.

Quando o pai, o empresário Athos Borges, se deu conta de que o filho não estava em casa, decidiu entrar no seu quarto – encontrando um cenário surreal.

Em vez dos dos móveis, o pai encontrou uma estátua do filósofo italiano Giordano Bruno, 14 livros escritos a mão e encriptados com um código secreto, e as paredes e chão completamente cobertos com trechos dos livros, inscrições encriptadas, ilustrações e pinturas – entre as quais a de uma criatura extra-terrestre.

“Desapareceu apenas com uns calções às riscas e uma camisa branca. Não levou mais nada. Já tentámos ligar-lhe, mas tem o telemóvel desligado”, conta o pai.

(cv) G1

Os 14 livros que Bruno Borges deixou no seu quarto

“O Bruno dizia que era um projecto seu. Quando lhe perguntei porque é que eu, a própria irmã, não podia saber que projecto é que ele tinha, ele disse-me que dentro de duas semanas saberíamos”, conta Gabriela Borges, a irmã do jovem desaparecido.

Através de uma espécie de “chave” deixada pelo estudante desaparecido, que parece relacionar letras com os símbolos encriptados, Gabriela conseguiu descodificar partes dos escritos deixados pelo irmão, entre entre as quais o título de um dos seus 14 misteriosos livros: “A teoria da absorção de conhecimento”.

Admirador de Giordano Bruno, leitor da bíblia e de Shakespeare, Bruno, conta a família, é um estudante voraz, com alta capacidade intelectual e sem problemas psicológicos.

A estátua de Giordano Bruno encontrada no quarto do jovem terá sido feita pelo escultor Jorge Rivas Plata, a quem Bruno Borges encomendou a obra sem lhe dar qualquer explicação. “Rivas, tenha paciência que você vai ser conhecido em todo o mundo“, contou à Globo o artista peruano.

Segundo a mãe de Bruno, o estudante estava há um ano a trabalhar em 14 livros que, dizia o estudante, “transformariam a humanidade de uma forma boa“. Para realizar o seu projecto, Bruno pediu emprestados 6 mil euros a um primo e deixou de trabalhar.

A mãe diz que o estudante deve ter feito a sua “instalação” em segredo por saber que a família reagiria com medidas drásticas, provavelmente internando-o, se visse o seu trabalho antes de o terminar.

(dr) Rede Amazônica Acre

As paredes do quarto de Bruno Borges ficaram cobertas de escritos e ilustrações

O “desaparecimento do Menino do Acre” não tardou a tornar-se um dos temas mais populares na internet brasileira, espalhou-se globalmente, e os adeptos das mais variadas teorias da conspiração entraram em delírio com as inúmeras possibilidades que tão peculiar caso oferecia – entre as quais a de que se tratasse de um sofisticado embuste.

Até hoje, no entanto, ninguém conseguiu decifrar o mistério dos livros e ilustrações de Bruno Borges, nem descobrir o seu paradeiro.

Entretanto, a família do jovem desaparecido decidiu agora lançar um livro descodificado, baseado num dos seus manuscritos – o referido “A teoria da absorção de conhecimento” – no qual, dizem os editores, “Bruno Borges revela, através de intensa pesquisa, uma metodologia capaz de potencializar a absorção e a criação de novos conhecimentos”.

A Teoria da Absorção do Conhecimentos parte de uma visão dialética clássica, mas propõe uma metodologia completamente inovadora na forma de a explicar“, explica o site oficial do lançamento do livro, que está à venda a partir desta quinta-feira em vários pontos de venda no Brasil e na Internet, por cerca de 25 reais – algo como 7 euros.

Curiosamente, o lançamento do livro parece ter vindo dar força aos defensores da teoria de que tudo não passa de um embuste – mais concretamente, de uma imaginativa jogada de marketing planeada ao milímetro com antecedência.

Mas se assim é, quanto mais tempo conseguirá Bruno Borges aguentar desaparecido em parte incerta, sem poder colher os louros da sua criatividade e reclamar os direitos de autor de tão peculiar obra?

ZAP //

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4 Comments

  1. Em vez de “livros encriptados” devia estar “livros cifrados”. Encriptar é colocar dentro de uma cripta. Cifrar é escrever em cifra.

    • En·crip·tar
      verbo transitivo
      1. Meter ou enterrar em cripta. = SEPULTAR
      2. Converter ou transmitir dados em código. = CIFRAR, CODIFICAR, CRIPTAR
      encriptar“, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

      • No mesmo dicionario diz [Informática] o que aqui não se aplica (nem se devia aplicar em lado nenhum mas isso é só a minha opinião).

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