O Pai Natal dos CTT já recebeu este ano mais de 80 mil cartas de crianças, que pedem sobretudo tablets e os brinquedos da moda, mas também um irmão, a paz no mundo ou um emprego para a mãe.
As cartas dirigidas ao Pai Natal são as únicas que não precisam de selo, nem de um envelope convencional para seguir nos Correios e devem chegar este ano às 170 mil, de acordo com estimativas dos CTT.
Desde que dirigidas ao Pai Natal, as cartas das crianças portuguesas vão sempre parar ao Centro de Distribuição de Correspondência de Cabo Ruivo, em Lisboa, onde uma equipa de 15 “ajudantes” do Pai Natal dos CTT separa os pedidos e responde a todos os que colocam a morada remetente, enviando também uma surpresa.
No ano passado foram 180 mil as cartas recebidas pelo Pai Natal dos CTT, algumas das quais chegaram só no princípio de fevereiro.
“São cartas enviadas de todo o país, mas também recebemos muitas cartas da Europa, especialmente de França e do Luxemburgo, neste caso de filhos de emigrantes, e de países de expressão portuguesa, sobretudo de Timor, que são claramente cartas de não-portugueses”, disse Miguel Noronha Macedo, da área de Eventos e Relações Públicas dos CTT.
A Lusa ajudou os colaboradores do Pai Natal a abrir cartas, que por vezes são apenas um desenho ou uma colagem, e descobriu que as crianças este ano pedem sobretudo tablets e brinquedos, princesas, complementos da Violeta, livros, carros, bicicletas, bolas, jogos e consolas.
Mas há também quem peça um irmão, um cão, a paz no mundo, brinquedos e comida para todos, ou ainda quem junte à lista o pedido de um amigo para não brincar sozinho ou entregue ao Pai Natal as chuchas de que já não precisa e que acabam penduradas na árvore de Natal do centro dos CTT.
Menos frequentemente, há crianças que substituem o “eu quero” pelo “eu preciso”, como o caso do Paulo, que disse ao Pai Natal que precisa de um conjunto de lápis de cor e de aguarelas, ou da Mafalda, que necessita de um fato de treino, de umas botas e de uns ténis número 34.
Já a Bruna pediu ao Pai Natal um emprego para a mãe, porque sabe que ela não lhe poderá comprar a desejada Princesa Sofia.
De acordo com Miguel Noronha Macedo, pedidos como estes “mexem muito com os funcionários”, que acabam por fazer coletas para satisfazer alguns.
“No ano passado, por exemplo, houve um pedido de uma cadeira de rodas, que também se ofereceu. A taxa de apadrinhamento dos funcionários dos CTT a estes pedidos é muito grande”, disse.
No entanto, para crianças necessitadas, os CTT desenvolvem ainda outro projeto, o Pai Natal Solidário.
Neste caso, crianças carenciadas são convidadas, através de 60 a 70 instituições de solidariedade, a escrever o que desejam ao Pai Natal, muitas vezes o único presente que vão receber.
Para se ser um pai natal para estas crianças, basta apadrinhar um ou mais dos pedidos ainda disponíveis online ou nas estações dos Correios e entregar o presente numa estação para que os CTT o leve gratuitamente até ao destinatário.
Até hoje, 69% dos pedidos já foram apadrinhados, apesar de “o grande boom dos apadrinhamentos se verificar nas próximas duas semanas”.
/Lusa