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Pablo Iglesias deixa Governo para disputar Madrid com Isabel Díaz Ayuso

O vice-presidente de Direitos Sociais e Agenda 2030 Pablo Iglesias abandonou o Governo espanhol para disputar a presidência da comunidade de Madrid com Isabel Díaz Ayuso.

De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, Pablo Iglesias anunciou a sua saída do governo de coligação – que entrará em vigor no início da campanha eleitoral – para apresentar a sua candidatura como cabeça de lista do Unidas Podemos nas eleições de Madrid em 4 de maio.

A decisão foi tomada na quinta-feira passada, desenhada ao pormenor pelo Podemos nas últimas 72 horas e terá profundas consequências na política de Madrid e espanhola, dentro e fora do Podemos.

Esta segunda-feira, o secretário-geral do partido explicou num vídeo dirigido aos militantes que está muito mais em jogo nas eleições de Madrid do que na presidência da comunidade.

Madrid precisa de um Governo de esquerdas, e eu acredito que posso ser útil. Estive a pensar e decidimos que vou apresentar-me às eleições em Madrid”, disse. “Madrid enfrenta atualmente o enorme risco, que é um risco para toda a Espanha, de que haja um governo de extrema direita, com Ayuso nas mãos do Vox”.

“Na política, é preciso ter coragem de travar as batalhas que é preciso travar”, disse Iglesias, garantindo que “o bipartidarismo não vai voltar, mas a democracia está ameaçada por uma nova direita trumpista, bem localizada no fundo do estado e impulsionada por enormes poderes económicos e mediáticos”.

“Sei que não será fácil, que há muitas cicatrizes, mas o que está em jogo, democracia, saúde, a educação dos nossos filhos, é suficientemente importante para que possamos estar à altura. E tentar estas unidade que todas as pessoas de esquerda nos pedem”, concluiu.

No dia 4 de maio, “devemos impedir estes criminosos que reivindicam a ditadura, que se desculpam pelo terrorismo de Estado, que promovem a violência contra os migrantes, contra os homossexuais e contra as feministas, que podem ter todo o poder em Madrid, com tudo o que isso implica para o resto do país”.

O vice-presidente assinalou ainda que a ação destes meses de Governo “consolidaram de forma evidente a liderança de colegas e, sobretudo, de colegas que têm um imenso futuro pela frente”, aludindo expressamente ao peso na coligação executiva da Ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, que “já é a melhor Ministra do Trabalho da história do nosso país”.

A atual Secretária de Estado da Agenda 2030, Ione Belarra, é a pessoa designada por Iglesias para ser Ministra dos Direitos Sociais e da Agenda 2030, recolhendo a pasta deixada pelo vice-presidente.

É a segunda vez que Iglesias renuncia a um cargo no Conselho de Ministros, após, em julho de 2019, durante as negociações com o PSOE para a formação de um governo de coligação, ter aceitado o veto que o Presidente Pedro Sánchez lhe tinha lançado. Em seguida, foi descartado como membro do Executivo para facilitar um acordo, o que apesar de tudo não foi possível e gerou a repetição eleitoral.

Maria Campos, ZAP //

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