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Todos em terra. Nenhum Kamov pode voar

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Nuno André Ferreira / Lusa

Helicóptero Kamov Ka-32A-11BC da frota da Protecção Civil no combate a um incêndio

Dos seis helicópteros Kamov do Estado, apenas um estava a funcionar desde novembro. Mas a única aeronave que restava avariou na semana passada.

Dos seis helicópteros Kamov que o Estado tem, não pode usar nenhum. Em 2012, um dos aparelhos sofreu um acidente grave e é pouco provável que alguma vez seja reparado devido aos elevados custos associados. Mais tarde, outros dois helicópteros avariaram e assim permanecem, ainda em reparação.

Em novembro, dois dos que ainda restavam foram recolhidos para uma manutenção peça a peça. E agora, o único helicóptero Kamov que restava, avariou. Embora o operador o tenha arranjado, não obteve licença de voo pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) por ter sido “detetada uma não-conformidade”, disse o regulador ao Público.

A Everjets, empresa que opera os Kamov, pediu à ANAC a extensão ao limite da vida de uma peça importante no funcionamento do helicóptero por mais um ano, mas pelo que escreve o jornal o regulador não aceitou por se tratar de um segundo pedido de extensão – o limite da peça era janeiro de 2017 e passou para janeiro de 2018.

Segundo o jornal, a Everjets já contestou esta decisão, mas o regulador não cede. A ANAC diz agora estar a aguardar “a resolução do problema pelo operador”. Atualmente, nem a Autoridade Nacional de Proteção Civil nem o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) podem contar com qualquer um dos helicópteros Kamov do Estado.

O aparelho em questão estava ao serviço do INEM a partir da base de Santa Comba Dão, que se vê assim sem este recurso. Com esta perda, vê-se agora reduzido a três helicópteros disponíveis para todo o país, tendo de adjudicar diretamente um para substituir este Kamov.

No entanto, em declarações ao Público, Ricardo Dias, o presidente da Everjets, garante que a aeronave “está em plenas condições de voo”. Ainda assim, esclarece que um dos helicópteros “está pronto e o outro ficará a qualquer momento”.

O jornal questionou tanto a ANPC como o Ministério da Administração Interna sobre este assunto, mas não obteve respostas em tempo útil. O ministério remete as explicações para a próxima quarta, quando o ministro Eduardo Cabrita for ouvido no Parlamento.

ZAP //

7 Comments

    • Olhe que está a bater à porta errada. Quem fez este negócio, assim como muitos outros ruinosos para o país onde também se insere o SIRESP foi o seu amigo… o Costinha!

      • Oh Costinha, nem com link da noticia lá vai?!
        Quem fez este negocio ruinoso/mafioso (entregar os Kamov à Everjets) foi o M Macedo!!
        Se já estava mal, ficou bem pior – como se comprova com o facto de NENHUM estar a voar!!
        Percebeu?

  1. De vez em quando aparecem por aqui uns certos detractores da compra dos submarinos que pelos vistos funcionam sem problemas e falta faziam à marinha portuguesa, no caso dos Kamov a barracada foi total pouco a pouco foram todos para a sucata, pouco serviço prestaram ao país e nem sequer peças de substituição existem para eles, só não vê quem de facto por uma certa vesguice política não admite a realidade dos factos.

  2. Também a Dilmanta comprou uma refinaria de sucata ( ou em sucata) em Passadena…. Qualquer semelhança com a actuação brasileira é pura “coincidência”!!!! Todos diferentes, todos iguais… o mesmo princípio!!!!!

  3. Não ha dinheiro para reparações, mas há dinheiro para alugar? Fica mais barato?
    Hum, como é que as empresas de “aluguer” sobrevivem fazendo as aquisições de aeronaves e fazendo reparações? Ou será que afinal o dinheiro do aluguer dá para isso tudo?

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