A Ordem dos Médicos vai vacinar cerca de quatro mil médicos que trabalham em hospitais e clínicas privadas e que, por algum motivo, não foram vacinados na altura devida.
De acordo com um comunicado da ordem, a nova coordenação da ‘task force’ concordou com o seu pedido, “depois de várias insistências e duas semanas após ter lançado uma petição pública pela vacinação imediata dos médicos, que ultrapassou as 10 mil assinaturas”, avançou o Expresso esta terça-feira.
“[A task force] reconheceu que os médicos e restantes profissionais de saúde estão no primeiro grupo prioritário a vacinar, pelo que aceitaram o apoio da Ordem dos Médicos na identificação dos médicos que estão por vacinar, bem como em toda a operacionalização deste processo de programação do momento de vacinação e administração das vacinas”, lê-se no documento.
Os médicos com mais de 65 anos receberão a vacina da Pfizer e os restantes a da AstraZeneca, num processo que decorrerá em vários pontos do país, tendo começado no fim de semana no Porto e esta terça-feira no Algarve.
4.750 enfermeiros ainda por vacinar
Cerca de 4.750 enfermeiros estão por vacinar contra a covid-19, um número apurado num inquérito que foi enviado à ‘task force’ que coordena a vacinação, anunciou esta terça-feira a ordem que representa esta classe profissional, citada pela agência Lusa.
Na sequência do inquérito da Ordem dos Enfermeiros (OE), “responderam 1.250 enfermeiros profissionais liberais e 3.500 do Serviço Nacional de Saúde e dos setores privado e social”, indicou a entidade em comunicado, avançando que não foram vacinados os cerca de 6.000 estudantes de enfermagem em ensino clínico.
A 15 de fevereiro, a ordem anunciou que estes estudantes seriam considerados prioritários na vacinação contra a covid-19, por estarem expostos aos mesmos riscos dos restantes profissionais de saúde, uma decisão que resultou da reunião com o coordenador da ‘task force’, Henrique Gouveia e Melo.
A instituição liderada por Ana Rita Cavaco admitiu esta terça-feira que este número de 4.750 enfermeiros por vacinar pode “pecar por defeito”, uma vez que alguns profissionais desta área podem não ter respondido ao inquérito lançado pela OE.
“As listagens já foram enviadas à ‘task force’, conforme combinado na reunião com o novo coordenador, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo”, acrescentou a OE, adiantando que, no âmbito do “espírito de colaboração que agora existe”, estes profissionais começariam a ser chamados para vacinação a partir de 01 de março.
“Face a estes números, a OE não pode deixar de recordar e lamentar as falhas e abusos que pautaram o início do processo de vacinação, que demonstram como muitos profissionais de saúde, que são a nossa única linha de defesa, ficaram por vacinar enquanto muitas outras pessoas foram vacinadas sem serem prioritárias, falseando o processo”, lamentou a OE, que assegurou que as “denúncias de vacinação indevida continuam a ser remetidas ao Ministério Público”.
Coronavírus / Covid-19
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