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Oposição angolana junta-se numa “Frente Patriótica Unida”

Ampe Rogério / Lusa

Abel Epalanga Chivukuvuku, coordenador principal do PRA-JÁ Servir Angola, Adalberto Costa Junior, presidente da UNITA, e Filomeno Vieira Lopes, novo presidente do Bloco Democrático

A UNITA, o principal partido da oposição, o PRA-JA Servir Angola, não legalizado, e o Bloco Democrático (BD) juntaram-se para formar uma aliança que pretende disputar eleições gerais no próximo ano. A missão é derrubar o MPLA, que lidera a política angolana desde a independência em 1975.

O novo projeto político Frente Patriótica Unida defendeu, na quinta-feira, a necessidade de adoção de um programa de emergência nacional “para tirar o país da crise em que se encontra”, referindo-se à fome, saúde e desemprego, entre outros.

A posição consta de uma declaração política assinada pelos líderes da Frente Patriótica Unida, os presidentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, e do projeto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku.

“A fome, a saúde, a educação, o desemprego, a habitação e a criminalidade tornaram-se problemas de segurança nacional e precisam de ser tratados como tal”, refere a declaração.

A frente considera ainda que é chegado o momento de quem tem poder de fazer declarar o estado de calamidade pública no sul de Angola, afetado por uma seca severa, e de usar os mecanismos apropriados para que as agências internacionais vocacionadas intervenham no terreno, poupando a vida de milhares de angolanos, “que fogem para a Namíbia ou morrem desnutridos e exaustos pelas matas e ao longo do trajeto para o país vizinho“.

Para a frente tripartida, a situação geral de calamidade reclama por medidas extraordinárias de controlo do preço da cesta básica, das pandemias “que matam mais angolanos do que a covid-19 e a pandemia da má governação”, defendendo o levantamento da cerca sanitária a Luanda para ajudar a economia do país.

“Os angolanos querem governantes que sejam patriotas, que amem o povo, respeitem a lei e não sejam corruptos. Não querem governantes que estejam comprometidos em salvar seus partidos, mas governantes comprometidos em salvar Angola e os angolanos”, lê-se no documento, reafirmando a necessidade de uma nova liderança para o país.

“Nós estamos a estruturar esta nova liderança para darmos ao país um novo começo, um novo rumo”, frisa o documento, apelando à unidade de todos para “uma nova forma de fazer política e garantir que a lei proteja de facto o interesse de todos, ricos, pobres, angolanos e estrangeiros e para que ninguém seja excluído nem molestado”, realçou.

O grupo de políticos disse que o futuro preconizado para Angola, após a saída do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) do poder, prevê “a dignidade da pessoa humana”, prometendo o virar de página para uma efetiva reconciliação entre os angolanos.

Aos angolanos apelam para não temerem a saída do MPLA do poder, porque pretendem “governar com todos” incluindo os que hoje são Governo, formando um governo de pessoas competentes e não de militantes do partido.

O Público escreve que ainda não está definido como é que o grupo se irá apresentar às eleições. Tendo em conta o chumbo do Tribunal Constitucional ao PRA-JÁ, os cenários ainda estão a ser estudados para evitar dissabores políticos.

ZAP // Lusa

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