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Operários já são só 8% dos membros do PC Chinês. 25% são técnicos e gestores

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Congresso do Partido Comunista da China

Congresso do Partido Comunista da China

Os operários constituem menos de 10% dos filiados no Partido Comunista Chinês (PCC), contradizendo a natureza proletária da organização, enquanto os técnicos e gestores de empresas representam quase um quarto, revelou um jornal do PCC.

“O número de militantes duplicou nos últimos vinte anos, ultrapassando 85 milhões, mas a percentagem de operários, um dos pilares essenciais do partido, caiu para 8,5%“, segundo o Global Times, que cita o Departamento de Organização do PCC.

Segundo estatísticas oficiais, no final de 2012, o PCC tinha 85,13 milhoes de filiados, entre os quais 15,54 milhões de reformados e 2,9 milhões de estudantes.

O grupo maior (25,35 milhões) é descrito como “trabalhadores do setor agrícola“, seguido dos técnicos e gestores (20,2 milhões).

Maior partido político do mundo, no poder há 65 anos, o PCC pretende agora “controlar o crescimento” da sua organização e “melhorar a qualidade e promover o papel dos militantes na sociedade” através de novas regras de recrutamento.

“O objetivo é tentar reviver algumas das velhas tradições do Partido que foram ignoradas durante o processo de reforma e abertura (iniciado no final da década de 1970)”, disse um académico, citado pelo Global Times, uma publicação do grupo Diário do Povo, o órgão central do PCC.

Nas últimas três décadas, a China tornou-se a segunda economia mundial, com um crescimento médio anual de cerca de 10%, mas as desigualdades sociais agravaram-se e a corrupção minou muito a credibilidade do PCC.

“Como partido dirigente, o PCC atrai naturalmente diferentes grupos de interesses que aderem ao partido não porque partilham a sua ideologia, mas porque assim ganham acesso ao poder ou à riqueza”, afirmou ao Global Times o professor Cai Zhiqiang, da Escola do Comité Central do PCC.

“A missão do Partido não é representar grupos de interesses, mas servir o povo, e é por isso que o PCC precisa de ser mais prudente na seleção de novos membros e de estabelecer um eficiente sistema de avaliação, que atualmente falta”, acrescentou.

Desde o XVI Congresso do PCC, em 2002, os próprios empresários privados, mesmo os mais ricos, já podem filiar-se no PCC.

As novas regras de recrutamento – adianta o Global Times – privilegiam o “critério político” e em particular a “crença no marxismo”.

De acordo com o primeiro artigo da Constituição chinesa, “a Republica Popular da China é um Estado socialista sob a ditadura democrática do povo, liderada pela classe trabalhadora e assente na aliança operário-camponesa”.

/Lusa

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