O Presidente do Brasil testou negativo nos exames que realizou ao novo coronavírus durante o mês de março, segundo os documentos oficiais entregues, esta quarta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Jair Bolsonaro usou os pseudónimos de “Airton Guedes” e “Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz” na realização dos exames médicos, argumentando que o fez por questões de segurança, preservação da imagem e privacidade.
Porém, assegurou a sua identificação ao apresentar dados pessoais, como o número da sua cédula de identidade e o equivalente em Portugal ao Número de Identificação Fiscal.
“Eu sempre disse ao médico: ‘coloque um nome de fantasia porque (…) alguém pode fazer alguma coisa esquisita’. Em todo o exame que eu faço tem um código”, afirmou Bolsonaro à imprensa, no mês passado.
Na madrugada de hoje, a Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa os interesses do Governo em processo judiciais, entregou ao STF dois dos exames realizados pelo chefe de Estado e, horas mais tarde, entregou um terceiro teste, cuja realização não era pública.
Bolsonaro realizou os exames ao novo coronavírus depois de regressar de uma viagem aos Estados Unidos e declarou, nas suas contas nas redes sociais, que os dois testes tiveram resultado negativo.
No entanto, o chefe de Estado não apresentou nenhum parecer, fotografia ou cópia dos exames, facto que levou o jornal O Estado de São Paulo a mover uma ação na Justiça a pedir acesso aos resultados.
A ação movida pelo jornal brasileiro obteve decisão favorável em duas instâncias da justiça, mas a AGU recorreu e obteve o direito de não divulgar os exames numa decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O caso foi levado ao STF, última instância da justiça brasileira, que recebeu os exames por volta das 22h00 de terça-feira (02h00 de hoje em Lisboa).
Com os exames agora apresentados, sabe-se que Bolsonaro fez o primeiro teste a 12 de março, tendo sido submetido a um novo exame cinco dias depois, ambos no laboratório Sabin e apresentando nomes diferentes. O último teste foi efetuado a 18 de março, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tendo sido identificado como “paciente 05”.
Em março, pelo menos 23 pessoas que estiveram com Bolsonaro na viagem aos EUA testaram positivo para o novo coronavírus, entre eles os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ambos com mais de 60 anos, além do secretário de Comunicação do Governo, Fábio Wajngarten.
Já no início deste mês, o porta-voz da Presidência brasileira, general Otávio do Rêgo Barros, de 59 anos, testou também positivo para o novo coronavírus.
Segundo o jornal Público, que cita os números oficiais do Ministério da Saúde, terça-feira foi o dia em que o Brasil teve mais mortos devido à covid-19 (881 óbitos). Há agora 12.400 mortes, em 177.589 casos confirmados.
Numa conferência de imprensa, o secretário substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, afirmou ainda que foram identificados 39 casos antes de 26 de fevereiro, a data da confirmação oficial do primeiro caso no país.
O secretário disse que foi pedido aos estados onde foram identificados esses casos que iniciem um processo de investigação. “Queremos ver se realmente o início dos sintomas se iniciou antes de 26 de fevereiro, ou se são apenas casos digitados equivocadamente com essas datas anteriores”, cita o mesmo diário.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Das duas uma . Ou estas Altas personalidades com as suas actuações Publicas desmedidas, tem um pacto com o inimigo invisível, ou existe um antídoto (vacina, tratamento) que não é para todos !