Oficiais dizem que falta de efetivos nas Forças Armadas “atingiu ponto de rutura”

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Defesa Nacional / Facebook

O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas considerou este domingo que o memorando enviado por quatro chefes militares ao Governo sobre o défice de efetivos vem confirmar que foi atingido um “ponto de rutura”.

“Para nós, não é novidade nenhuma. É aquilo que temos vindo a dizer há anos sobre a exiguidade de efetivos”, disse à agência Lusa António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).

Segundo o mesmo responsável, dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público indicam que em setembro de 2017 os efetivos das Forças Armadas estavam cerca de 5.500 abaixo do teto definido, que é de 32 mil. António Mota referiu que este “declínio” de efetivos começou em 2011, agravou-se e agora é “literalmente impossível” fazer “mais com menos”, sublinhando que a “linha vermelha já foi ultrapassada há anos”.

De acordo com o presidente da AOFA, as missões primárias, como as operações da Força Aérea de busca e salvamento, continuam a ser realizadas, mas com grande sacrifício e sobrecarga de trabalho dos seus profissionais. Força Aérea e Marinha são dois dos ramos que perderam grande número de efetivos, havendo situações em que o pessoal é tão pouco que chega um navio de uma missão e parte outro com a mesma tripulação, que não descansou devidamente, revelou.

Não é possível pedir mais às pessoas“, enfatizou António Mota, sublinhando que a carreira das Forças Armadas também deixou de ser atrativa para os jovens que, em início de carreira, ganham mais se forem para a GNR.

A par da falta de efetivos, disse, as missões das Forças Armadas são “cada vez mais e mais exigentes”, lembrando que foi atribuído à Força Aérea a gestão e combate a incêndios.

“Isto é uma missão brutal que a Força Aérea não fazia até hoje“, observou. António Mota advertiu que o problema que afeta as Forças Armadas não se resume ao défice de efetivos, mas também a outras restrições orçamentais com implicações na manutenção dos equipamentos dos diversos ramos.

// Lusa

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