A pista de aterragem mais a Norte do mundo está a derreter. É mais grave do que parece

Kitty Terwolbeck / Wikimedia Commons

A pista Longyearbyen, em Svalbard, Noruega

Sem aviões, os habitantes da cidade norueguesa de Svalbard ficam sem mantimentos. A culpa é de todos nós.

A ciência já pensa em dar o próximo passo para investigar o derretimento de gelo do Ártico. À falta de condição geológicas parra visitar o espaço em expedições, estão a ser desenvolvidos dispositivos que permitem explorar a região.

A pista de atrragem do aeroporto de Svalbard é uma das primeiras infraestruturas a sofrer com as alterações climáticas. A pista de Longyearbyen, de 2300 metros de comprimento, foi construída em cima de uma camada de permafrost. Não parecia haver problema — mas há.

O permafrost é um solo que permaneceu congelado durante pelo menos dois anos, mas, atualmente, este chão não é tão firme como podia parecer. Está, na verdade, a começar a derreter.

“Durante os meses de verão, temos de verificar meticulosamente a pista todos os dias, porque o solo pode ceder a qualquer momento. Este é um desafio que esperamos que se agrave com o tempo”, diz Ragnhild Kommisrud, diretora do aeroporto, à CNN.

Svalbard é um arquipélago norueguês no ponto mais nórdico do país. Tem cerca de 2 mil habitantes, que podem estar prestes a perder o contacto com o resto do mundo. Sem ligação com exterior, fica em causa a chegada de mantimentos à cidade.

Isto porqueum barco pode demorar até 2 dias a chegar desde o continente até à ilha. Em casos urgentes, já foi necessário enviar geradores de emergência depois de falhas na central elétrica. Sem um avião que transporte rapidamente o que for necessário, Svalbard ficaria numa situação deste tipo dois dias sem eletricidade. Um caos completo.

O turismo também está em causa, até porque o verão é a altura do ano em que há mais visitantes. “Svalbard costumava ser um destino de turismo radical, destinado aos viajantes mais aventureiros. Continua a ser um nicho, mas estamos a tornar-nos mais comuns”, diz Ronny Brunvoll, diretor executivo da empresa turística Visit Svalbard.

O aeroporto deverá ter, este ano ou no próximo, uma nova central elétrica, exclusiva para o aeroporto e alimentada a biogás, para reduzir a emissão de carbono. mas há ainda muito a fazer para salvar esta deslumbrante comunidade, isolada numa ilha onde a aurora boreal brilha durante vários meses do ano.

ZAP //

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