Os deputados britânicos discutiram, esta segunda-feira, uma petição sobre as exigências que alguns empregadores fazem às mulheres quanto aos códigos de vestuário nos postos de trabalho.
A petição para impedir que as mulheres trabalhadoras sejam obrigadas a usar saltos altos no Reino Unido já conta com mais de 150 mil assinaturas e foi criada pela atriz Nicola Thorp que, em dezembro de 2015, foi discriminada por usar sapatos de salto raso.
A atriz conta que após chegar à empresa onde trabalhava foi advertida de que os sapatos que usava não eram adequados porque o seu chefe exigia que as mulheres usassem sapatos com um salto superior a cinco centímetros. Após ter dito que não iria comprar uns sapatos novos, Nicola Thorp foi despedida.
Segundo o Observador, de modo a investigar melhor o assunto, o comité parlamentar britânico abriu um canal, entre 8 e 15 de junho de 2016, que ganhou mais de 730 testemunhos em apenas uma semana.
Analisados os testemunhos, verificou-se que os códigos de vestuário impostos às mulheres causavam “dor e problemas a longo prazo, pela obrigatoriedade de usar saltos altos durante grandes períodos de tempo”. Aliás, várias testemunhas revelaram ainda que algumas empresas impõem às mulheres que pintem o cabelo de loiro, levem roupas sugestivas e até que apliquem constantemente maquilhagem.
O relatório “Saltos altos e os códigos de vestuário no trabalho” já esteve em debate no Parlamento, esta segunda-feira. O Governo britânico afirmou que as exigências feitas à atriz foram ilegais consoante a lei de igualdade publicada em 2010 que impede que as mulheres sejam descriminadas.
Mas, como a lei atual não é eficaz para proteger os empregados da exigência do uso de certas roupas e a descriminação no trabalho, os deputados britânicos debateram a possibilidade de a reformular.