A inacabada décima sinfonia de Beethoven foi finalizada, com base em algumas das notas que o compositor alemão deixou antes de morrer e com a ajuda de Inteligência Artificial.
Na semana passada, numa sala de concertos em Lausanne, na Suíça, um grupo de pessoas pôde ouvir, pela primeira vez, como teria sido a inacabada décima sinfonia do emblemático compositor alemão Ludwig van Beethoven.
De acordo com a agência France-Presse, a obra foi inspirada em algumas notas que o compositor deixou antes de morrer, em 1827, e foi finalizada, em apenas algumas horas, com a ajuda de um programa de inteligência artificial ANN (Rede Neural Artificial).
A partitura final, apelidada de BeethovANN Symphony 10.1 e com cerca de cinco minutos de duração, foi feita através de um único clique, pouco antes do concerto da orquestra Nexus.
A atuação teve a supervisão de Florian Colombo, designer de programas informáticos que dedicou vários anos da sua vida a ensinar um ANN a compor, seguindo o estilo deste génio musical.
“Esta é uma experiência emocionante para mim”, disse Colombo, que também é violoncelista, enquanto a música enchia aquela sala de espetáculos suíça. “Há um toque de Beethoven, mas, na verdade, é a BeethovANN. Algo novo para descobrir”, acrescentou.
Guillaume Berney, o maestro que conduziu o espetáculo, concordou. “Funciona. Existem algumas partes muito boas e outras que estão um pouco fora do estilo, mas é bom de se ouvir”, disse, reconhecendo que “talvez falte aquela centelha do génio”.
“A ideia é poder pressionar um botão para produzir uma partitura completa para toda a orquestra sinfónica, sem outras intervenções”, explicou Colombo, investigador na Escola Politécnica Federal de Lausanne.
Cá para mim foi «aldrabada». Não é possível determinar o que ia na mente de um compositor já falecido há muito para acabar uma obra.