O objetivo eleitoral de Costa é “metade mais um”

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António Cotrim / Lusa

António Costa recusou chamar “maioria absoluta” ao seu objetivo eleitoral, mas assumiu que quer “metade mais um” dos votos nas legislativas de janeiro.

Foi a primeira vez que António Costa assumiu a pretensão de conseguir uma maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas.

Em entrevista à CNN Portugal, que será transmitida esta segunda-feira à noite, o secretário-geral do PS não chega a utilizar a expressão, mas respondeu que o objetivo para 30 de janeiro é obter “metade mais um” dos votos, o que significa ter 116 deputados na Assembleia da República – ou seja, maioria absoluta.

“O que eu acho que é fundamental para o país, já que me pergunta, é que haja uma estabilidade para um Governo para quatro anos”, sublinhou Costa.

“É preciso que o PS tenha uma maioria que lhe permita governar quatro anos.” Questionado sobre se a expressão “maioria absoluta” queima, Costa foi taxativo: “Não é uma questão de queimar, a maioria é maioria. O que é que é maioria? É metade mais um. É isso.”

O primeiro-ministro tem evitado usar a expressão “maioria absoluta” quando se trata de traçar o futuro.

Há três dias, num vídeo publicado no Facebook, considerou “fundamental” que as legislativas proporcionem ao PS uma “maioria estável” para a recuperação económica do país e para o combate à pandemia.

“É fundamental garantir ao PS estabilidade por uma ação governativa para quatro anos. Dar força ao PS para podermos continuar a combater com sucesso a pandemia, para recuperar a economia, garantir um país próspero, justo e inovador. Um país onde todos possam viver melhor e com melhores salários”, declarou.

“As eleições nunca estão antecipadamente ganhas e desta vez precisamos mesmo de ganhar com maioria. É por isso necessário mobilizarmo-nos todos, mobilizar todos para irem votar no próximo dia 30 de janeiro e juntos, nós seguimos e conseguimos”, concluiu.

Em 2019, nas últimas legislativas realizadas em Portugal, o PS conseguiu uma maioria (36,34%, o que equivale a 108 deputados), mas não uma maioria absoluta.

O partido foi então obrigado a continuar a governar com base na solução encontrada em 2015, com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e PEV. Após seis anos, e depois de esta solução governativa ter perdido força, o PS quer conseguir votos suficientes para governar sozinho na próxima legislatura.

Liliana Malainho, ZAP //

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