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Obama vai mesmo fechar Guantánamo este ano

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou hoje a intenção de encerrar a prisão da base naval de Guantánamo, em Cuba, e pediu ao Congresso para facilitar a transferência dos detidos que continuam na prisão aberta em 2002.

“Com a guerra do Afeganistão a chegar ao fim, este tem de ser o ano em que o Congresso levante as restrições restantes para as transferências de prisioneiros e para que encerremos a prisão da Baía de Guantánamo”, disse Barack Obama no seu discurso sobre o Estado da União perante as duas câmaras do Congresso.

Depois de 12 anos de atividade, a prisão de Guantánamo, criada para interrogatório e detenção dos suspeitos de colaborarem com a Al-Qaida após os atentados de 11 de Setembro, ainda acolhe 115 presos, a maioria dos quais tiveram autorização para serem transferidos.

Sobre a guerra do Afeganistão, Obama disse que em conjunto com os seus aliados, os EUA concluem a sua missão até o final do ano. “Depois de 2014, apoiaremos um Afeganistão unido que toma conta do seu próprio futuro”, afirmou.

“Se o Governo afegão assinar o acordo de segurança que negociámos, um pequeno contingente de norte-americanos poderá permanecer no Afeganistão com os aliados da NATO para levar a cabo duas missões: treinar e ajudar as forças afegãs, e as operações antiterroristas para combater os vestígios da Al-Qaida“, acrescentou.

Entre outros temas abordados no seu discurso sobre o Estado da União, Obama disse que nos últimos oito anos os EUA reduziram as emissões de carbono “mais do que qualquer outra nação na Terra”, referindo, no entanto, que há que actuar “com mais urgência” contra as alterações climáticas.

Acrescentou que com esse fim em mente pediu à sua Administração para trabalhar com os estados, serviços públicos e outros organismos para criarem novas normas sobre as emissões de carbono das centrais elétricas.

“A mudança para uma economia energética mais limpa não vai realizar-se da noite para o dia e requer tomar decisões difíceis”, afirmou.

Para Obama, os EUA estão agora mais perto da independência energética e que isso deve-se em grande medida à extracção de gás natural de forma segura.

Ao abordar o sistema de imigração, Barack Obama disse que “é tempo de mudar algo que não funciona” e instou o Congresso a aprovar a reforma este ano.

“Republicanos e democratas no Senado agiram. Eu sei que os membros dos dois partidos na Câmara (dos Representantes) querem fazer o mesmo. Os economistas independentes afirmam que a reforma da imigração fará crescer a nossa economia e reduzirá os défices em cerca de mil milhares de dólares nas próximas duas décadas”, afirmou.

O Presidente norte-americano anunciou ainda um plano para melhorar o acesso tecnológico a 20 milhões de estudantes. Com o apoio de empresas como a Apple, Microsoft, Sprint e Verizon, “temos o financiamento inicial para começar a ligar mais de 15.000 escolas e 20 milhões de estudantes nos próximos dois anos sem somar um centavo ao défice”, afirmou.

O discurso anual sobre o Estado da União é um ritual da democracia norte-americana e representa um dos pontos altos do ano político nos Estados Unidos.

/Lusa

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