O Presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que “nenhum muro travará” o sonho americano e apelou ao voto em Hillary Clinton, que é “respeitada no mundo todo”, nas eleições para a Casa Branca deste ano.
Falando na noite desta quarta-feira na convenção nacional do Partido Democrata, que nomeou Clinton candidata à Presidência dos EUA, Obama disse que “nenhum muro travará” o sonho americano, numa referência ao candidato do Partido Republicano, Donal Trump, que defende a construção de um muro na fronteira com o México.
Obama criticou a exploração do medo por parte de Trump e vincou que “a democracia não funciona” se as pessoas começam a “demonizar-se umas às outras”.
Acusando os republicanos de alimentarem o “ressentimento, a culpa, a raiva e o ódio”, Obama sublinhou que os Estados Unidos já são um país “grande” e “forte”, porque a grandeza e a força do país “não dependem” de Donald Trump.
“Trump só propõe slogans, propõe medo”, disse Obama, que afirmou estar “mais otimista do que nunca” em relação ao futuro dos Estados Unidos.
Sobre Hillary Clinton, o Presidente norte-americano voltou a considerar que nenhum outro candidato à Casa Branca na história do país esteve mais “qualificado” do que a ex-secretária de Estado para ocupar o cargo.
“Nunca houve um homem ou uma mulher – nem eu, nem Bill [Clinton], ninguém – mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como residente dos Estados Unidos da América”, declarou Obama.
Clinton “é a única candidata nestas eleições” que acredita “nesse futuro” dos Estados Unidos, a única que tem “projetos concretos para eliminar barreiras” e “dar mais oportunidades a todos os americanos”, acrescentou Obama, que sublinhou que a ex-secretária de Estado é “respeitada em todo o mundo”.
“Vamos levar Hillary à vitória”, afirmou, perante a convenção.
No final do discurso, Hillary Clinton juntou-se a Obama no palco.
Tim Kaine diz que Trump não é de confiança
O senador norte-americano Tim Kaine aceitou ontem a nomeação para ser o número dois da candidata à Presidência dos EUA pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, e disse que Donald Trump, o candidato republicano, não é de confiança.
“Por todos aqueles que sabem que o futuro mais brilhante para o nosso país é o que construímos juntos, e pela minha amiga Hillary Clinton, aceito humildemente a nomeação do meu partido para ser vice-presidente dos Estados Unidos”, disse o senador, numa intervenção na convenção nacional do Partido Democrata, que decorre em Filadélfia.
No mesmo discurso, alertou que os norte-americanos “não podem acreditar numa única palavra que sai da boca de Donald Trump”.
“Nunca diz como vai fazer todas essas coisas que diz que vai fazer. Afirma simplesmente: ‘acreditem em mim'”, disse o senador, de 58 anos, que chegou a imitar Donald Trump, provocando risos e muitos aplausos.
Kaine, de 58 anos, fala espanhol fluentemente e é conhecido pelas suas posições equilibradas e a sua especial sensibilidade para com a comunidade latina.
Antes de Kaine, também o ex-presidente da câmara de Nova Iorque Michael Bloomberg falou na convenção, tendo pedido o voto em Clinton para travar o “perigoso demagogo” Donald Trump, que considerou uma ameaça para os Estados Unidos.
“Por vezes estou em desacordo com Hillary Clinton. Mas sejam quais forem os nossos desentendimentos, vim aqui dizer que temos de os pôr de lado pelo bem do nosso país. Temos de nos unir em torno de uma candidata capaz de vencer um perigoso demagogo”, afirmou.
Por outro lado, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse aos delegados que a eleição de Clinton para a Casa Branca “mudará as vidas” das filhas e netas de todos os norte-americanos.
“Sei aquilo que a apaixona [a Clinton]. Conheço-a”, disse Biden, que também atacou Trump, considerando-o o aspirante à Casa Branca mais mal preparado da história, sobretudo para ser responsável pela segurança nacional.
Para Biden, o candidato do Partido Republicano à Casa Branca “não sabe nada”, é “racista”, defende a tortura e promove a intolerância religiosa.
ZAP / Lusa
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