Os resultados deste novo estudo podem ajudar a definir planos de ação de prevenção de suicídio e campanhas de consciencialização.
O risco de suicídio é maior às segundas-feiras e aumenta no dia de Ano Novo, enquanto aos fins de semana e no Natal varia de acordo com o país e a região, segundo uma investigação que se baseou na análise de dados referentes a 26 países.
Estudos anteriores mostraram que o risco de suicídio difere por dia da semana, mas os resultados sobre a associação entre feriados importantes e risco de suicídio são inconsistentes e limitados a nível geográfico.
Foi por isso que uma equipa de cientistas decidiu usar o banco de dados da Multi-city Multi-country Collaborative Research Network para analisar dados de suicídios de 740 locais em 26 países e territórios, de 1971 a 2019. Segundo o EurekAlert, foram incluídos pouco mais de 1,7 milhões de suicídios nesta análise.
Neste período, a taxa de suicídio foi mais alta na Coreia do Sul, no Japão, na África do Sul e na Estónia. Já as taxas mais baixas foram registadas nas Filipinas, Brasil, México e Paraguai.
Independentemente do país, foram os homens a apresentar as contagens mais altas de suicídio, assim como as pessoas até aos 54 anos (em comparação com aquelas que tinha 65 anos ou mais).
Os riscos de suicídio foram mais baixos aos sábados ou domingos em muitos países da América do Norte, Ásia e Europa. No entanto, o risco aumentou durante os fins de semana nos países da América do Sul e Central, Finlândia e África do Sul.
Já no dia de Ano Novo o risco aumentou, especialmente nos homens, enquanto o padrão no dia de Natal variou, com aumentos marginais nos países da América Central e do Sul e África do Sul, mas um risco inferior em países da América do Norte e Europa.
Segundo a equipa, as possíveis explicações podem estar relacionadas com a angústia por pressão no trabalho no início de uma semana e taxas mais altas de consumo de álcool antes e no dia de Ano Novo e durante os fins de semana. Ainda assim, serão necessárias mais investigações para comprovar estes fatores.
Os cientistas reconhecem várias limitações no estudo, como possíveis dados de suicídio subnotificados ou classificados incorretamente em alguns países e a incapacidade de avaliar os impactos de diferentes tipos de feriados no risco de suicídio por país.
Ainda assim, admitem que estas descobertas podem “ajudar a estabelecer programas de prevenção e resposta ao suicídio mais direcionados a feriados e dias da semana”.
O artigo científico foi publicado, esta semana, na BMJ.
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