O que será de Netanyahu depois da guerra? “Está sob fogo cerrado”

Abir Sultan / EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Benjamin Netanyahu “está sob fogo cerrado” e “deverá perder o lugar”, devido ao modo de gestão da guerra entre Israel e o Hamas. Quem o diz é Michael Bar-Zohar, especialista e antigo membro do parlamento israelita.

O antigo membro do Knesset (parlamento israelita) e especialista em espionagem Michael Bar-Zohar acredita que Benjamin Netanyahu terá o lugar em risco, após a guerra com o Hamas.

Em entrevista à agência Lusa a propósito do seu livro “Não Há Missões Impossíveis” sobre as operações das forças especiais israelitas, Bar-Zohar defendeu que após a guerra o atual primeiro-ministro, com o qual trabalhou no parlamento enquanto deputado, deverá perder o lugar.

“O primeiro-ministro Netanyahu está sob fogo cerrado. Não é muito popular e não sei quanto tempo irá manter a sua posição”, disse. “É um homem muito inteligente. Foi um bom primeiro-ministro, mas atualmente há muitas críticas contra ele”.

Netanyahu lidera o governo mais extremista desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, que une políticos da extrema-direita sionista e ultraortodoxos.

Contestado já antes da guerra

Antes do despoletar da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, a 7 de outubro, o atual primeiro-ministro estava a ser contestado nas ruas pela sua polémica reforma judicial, que reforçaria os poderes do parlamento sobre a Justiça.

Bar-Zohar descreve Netanyahu como “um homem muito corajoso do ponto de vista da coragem física”, mas ressalva que “na política, ultimamente, ele mudou”.

Bar-Zohar, de 85 anos, acredita que faltam hoje líderes como ​​​​​​os seus amigos pessoais Shimon Peres, o oitavo primeiro-ministro de Israel, Moshe Dayan, antigo ministro da Defesa, e ainda David Ben-Gurion, o fundador do Estado de Israel​​​​​​​: “Hoje, já não há pessoas deste calibre, nem em Israel, nem em Portugal, nem em lado algum do mundo”, afirmou.

Bar-Zohar nasceu na Bulgária em 30 de janeiro de 1938, e em 1948 mudou-se para Israel. Participou na missão que atravessou o canal do Suez, na Guerra do Yom Kippur, no primeiro barco em direção ao Egito.

O antigo militar foi membro do Knesset, o parlamento israelita, representante do país no Conselho da Europa e conselheiro para a comunicação social de Moshe Dayan.

Autor de mais de 30 obras, escreveu juntamente com Nissim Mishal, “Não Há Missões Impossíveis”, lançado em 2015 e traduzido para português em outubro deste ano.

ZAP // Lusa

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