Matthias Hoffmann / Archäologisches Landesmuseum Baden-Württemberg
Uma ferramenta de pedra da cultura Pfyn – o canivete suíço original
O canivete suíço mais antigo do mundo não nasceu mesmo na Suíça. Foi engendrado há quase seis milénios por povos da cultura Pfyn, do sul da Alemanha.
A ferramenta de sílex da cultura Pfyn é vulgarmente designado como o primeiro canivete suíço do mundo.
Apesar de não ser “bem bem” suíço, provém de Öhningen, um pequeno município do sul da Alemanha, que faz fronteira com a Suíça.
Atualmente, a ferramenta de sílex com um cabo de madeira e alcatrão de bétula, que data de há 3.800 a 3.500 a.C., está exposta no Museu Arqueológico do Estado de Baden-Württemberg (ALM), depois de ter sido encontrada num sítio chamado Wangen-Hinterhorn em Öhningen.
Com apenas 7,3 centímetros de comprimento, a ferramenta assemelha-se a um pequeno canivete suíço pré-histórico.
Como descreve a Live Science, a lâmina de sílex com arestas afiadas da ferramenta encontrada foi fixada a um cabo de madeira com alcatrão de bétula e foi feito um furo na madeira, provavelmente para que a ferramenta pudesse ser pendurada.
Cultura Pfyn
Esta faca foi descoberta num local de povoamento associado à cultura Pfyn.
Durante o período Neolítico (4300 a 3500 a.C.), esta cultura espalhou-se do sul da Baviera para o norte da Suíça e é conhecida pelas suas habitações em estacas – casas construídas sobre palafitas em terrenos pantanosos à volta das margens de lagos, rios e zonas húmidas.
Os povos da cultura Pfyn instalaram-se na área circundante do Lago Constança por volta de 3.900 a.C.. Construíram as suas habitações em palafitas feitas de árvores locais e domesticaram animais e culturas.
No entanto, não viviam necessariamente de forma permanente.
Os arqueólogos encontraram vagas de ocupação ao longo de um milénio. Os artefactos conservados no ambiente das zonas húmidas sugerem que o povo Pfyn inovava e experimentava os têxteis e que tinha também começado a fabricar objetos de cobre.
Por estarem localizados em zonas húmidas, muitos destes sítios arqueológicos têm boas condições para a preservação de materiais orgânicos que normalmente se desintegrariam, como a madeira.
A povoação pré-histórica de Wangen-Hinterhorn e as suas habitações em estacas foram identificadas pela primeira vez na zona de águas pouco profundas ao longo do Lago Constança por um agricultor em 1856. Mas as escavações extensivas só arrancaram nas décadas de 1970 e 1980.
