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O efeito Digi afinal soube a pouco? Sim e não

ZAP // Digi; Vodafone; Meo; NOS

Romena não conquistou o mercado, nem perto. Mas isso não significa que nada mudou.

A Digi chegou a Portugal com estrondo em novembro do ano passado, com ofertas apetitosas desde o primeiro dia, nomeadamente tarifários a 4 euros e pacotes a 26 euros, sem fidelização, o “maior inimigo” dos consumidores no mundo das telecomunicações.

No entanto, os dados mais recentes da Anacom revelados pelo Negócios mostram resultados aquém das expectativas.

Sim, foram apenas dois meses, mas a operadora romena terminou o ano com menos de 5.000 clientes, uma quota de mercado de apenas 0,1% no total de pacotes de serviços e uma base de 4.742 subscritores.

Os pacotes Double Play (2P), que combinam serviços de televisão e a Internet fixa, foram os mais populares entre os clientes Digi: 3.242 escolheram esta oferta. Mesmo no seu segmento mais popular, a operadora conquistou uma penetração de apenas 0,8% no mercado.

Entre os 4.742 clientes da Digi, 4.211 estavam no segmento residencial, ou seja, a Digi conseguiu atrair mais clientes para os serviços destinados a casas.Estima-se que a operadora tenha contribuído com uma quota de apenas 3,1% nos pacotes 2P.

Mas mesmo não tendo conquistado o mercado, a Digi mudou o mercado a um nível nunca antes visto: as reclamações contra as operadoras tradicionais (MEO, NOS ou Vodafone) dispararam: 77% no que toca a cancelamento de subscrição e 535% na portabilidade de números, segundo dados da Anacom. Neste cenário, a Digi também não se livrou de queixas: recebeu 9 por dia, 693 no total desde a sua chegada.

Além disso, as operadoras ajustaram drasticamente as suas ofertas para desafiar a romena, que tanto as assustou: passaram a mostrar mais abertura na negociação de contratos e desceram preços das marcas low-cost.

A MEO e a NOS continuam a dominar sem margem para dúvidas, a primeira em termos de quota de subscritores e receitas em todos os tipos de pacotes, enquanto a segunda domina nos pacotes residenciais e no segmento 4/5P.

Como um todo, o mercado português cresceu: registou um aumento de 78 mil clientes em relação ao ano anterior (no final de 2024 tinha um total de 4,7 milhões de subscritores de pacotes de serviços). A maior parte desse crescimento foi registado nas ofertas 4/5P, que combinam mais serviços e geraram receitas de 2,2 mil milhões de euros — um crescimento de 6,6% em comparação com 2023. A receita média mensal por subscritor foi de 39,74 euros — um aumento de 4,4%.

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