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O Charlie Hebdo não vai voltar a publicar caricaturas de Maomé

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France Diplomatie

A "Marcha Republicana" reuniu mais de 1 milhão de pessoas em Paris contra o atentado ao Charlie Hebdo

A “Marcha Republicana” reuniu mais de 1 milhão de pessoas em Paris contra o atentado ao Charlie Hebdo

Cerca de sete meses depois dos atentados terroristas que abateram o Charlie Hebdo, matando 12 pessoas, o jornal satírico francês anuncia que não vai voltar a publicar caricaturas do Profeta muçulmano Maomé.

A decisão foi anunciada numa entrevista à revista alemã Stern pelo novo director do jornal, Laurent Sourisseau, ou simplesmente Riss, o nome com que assina como cartoonista do Charlie Hebdo .

“Fizemos o nosso trabalho. Defendemos o direito à caricatura. Desenhámos Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar o que se quiser”, salienta Riss.

O cartoonista comenta que “é estranho” que as pessoas esperem que o Charlie Hebdo exerça “uma liberdade de expressão que mais ninguém se atreve a exercer”.

Esta decisão surge no rescaldo da saída do principal cartoonista do jornal, Luz, que anunciou também que não voltará a desenhar Maomé.

Foi Luz quem desenhou a primeira capa do semanário, após o atentado que matou os seus principais cartoonistas, na qual aparecia Maomé com um cartaz e os dizeres “Je Suis Charlie“.

No título desta capa, pode ler-se a frase “Tudo está perdoado“.

@libe / Twitter

Capa da primeira edição do Charlie Hebdo após o atentado, divulgada na véspera pelo Liberation

Capa da primeira edição do Charlie Hebdo após o atentado, divulgada na véspera pelo Liberation

Desde o ataque terrorista de 7 de Janeiro, levado a cabo por dois irmãos com conotações ao Estado Islâmico, e que vitimou 12 jornalistas do Charlie Hebdo, o jornal recebeu milhões de euros em doações.

O Charlie Hebdo aumentou também consideravelmente o número de subscritores e de vendas desde o atentado.

O jornal é detido actualmente pelo próprio Laurent Sourisseau, com 70 por cento das acções, e pelo director financeiro Eric Portheault, com 30 por cento.

Laurent Sourisseau anunciou também à imprensa francesa que o Charlie Hebdo será o primeiro diário do país a assumir o estatuto de “empresa solidária de imprensa“, criado em Abril passado, o que determina que terá que reinvestir 70% dos lucros anuais.

Os restantes 30% serão depositados num Fundo, anunciaram os proprietários do Charlie Hebdo.

ZAP

5 Comments

  1. também acho estranho, que as pessoas não percebam a diferença entre LIBERDADE DE EXPRESSÃO e a do INSULTO GRATUITO, talvez por isso agora, mas já tardiamente, parece imperar o bom senso,ou……………..como é costume dizer-se “todos temos um buraco ao fundo das costas” que, para alguns andaria sobejamente abonado, provavelmente porque se esconderia atrás das secretárias, afanosamente procurando novos projectos e ideias sem tempo para reflectir, dos montes de papeis, da míriade de rabiscos e desenhos, na confusão da urbe e do anonimato enganador, ou talvez porque estupidamente pensassem que o Maomé, estava lá longe……muito longe,e que provavelmente nunca tiveram necessidade de enfrentar cara-a-cara, os destinatários, sendo estes, ainda por cima, uns fulanos que também estupidamente, não percebem a diferença entre JUSTIÇA e AJUSTE DE CONTAS!levantou-se assim um grave problema moral e social, e agora?quem tem coragem para publicamente explicar e ensinar, onde começa e acaba a liberdade de expressão(LE)?e agora? onde estão os corajosos defensores da LE,prontos para a defender,de peito aberto, contra as balas?será que a LE,se resolve com donativos,ou será que a partir de agora a LE,será tanto maior,quanto mais fraco for o alvo? e, ainda por cima,”o charlie hebdo não vai voltar a publicar caricaturas de maomé”??!! bem……afinal de contas, quem tinha razão ?

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