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Nuno Vasconcellos quer voltar a Portugal e “pagar cada tostão às pessoas”. Os bancos são outra história

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Lusa

Nuno Vasconcellos, ex-presidente da Ongoing

Nuno Vasconcellos, ex-presidente da Ongoing, promete voltar a Portugal e pagar as dívidas aos trabalhadores das empresas falidas. Já no que diz respeito às dívidas aos bancos, afirma que também falharam com ele.

Numa longa entrevista concedida ao jornal online Observador, Nuno Vasconcellos admite querer voltar a Portugal para pagar “cada tostão com juros” das dívidas ainda por saldar do grupo Ongoing.

É “um ponto de honra voltar a Portugal e pagar cada tostão com juros a cada uma dessas pessoas”, afirma, acrescentando, no entanto, que não pretende fazer o mesmo com os bancos.

“As pessoas são as pessoas. Os bancos são os bancos. Os bancos tinham uma relação de negócio connosco. Os bancos não cumpriram comigo também, muitas coisas. Se o BES tivesse cumprido com a PT nada disto tinha acontecido. Há aqui uma triangulação”, justifica.

O ex-dono da Ongoing, insolvente em Portugal, deixou centenas de milhões de euros de dívida aos bancos e aos trabalhadores das suas empresas falidas. Atualmente, vive no Brasil, mas quer voltar para Portugal e “limpar o nome”.

“Estou há cinco anos a tentar pôr-me de pé. Sou bastante otimista, nunca vejo o copo meio vazio, vejo sempre o copo meio cheio, como qualquer empresário. Tenho a certeza que vou voltar um dia a Portugal e vou limpar o meu nome”, garante.

Vasconcellos diz viver do seu salário, enquanto administrador de várias empresas, e diz não ser dono de nenhuma. Tal como a sua mãe, está insolvente em Portugal porque cedeu aos bancos e deu um aval pessoal envolvendo bens da família e deixou no BES um depósito de 100 milhões de euros como garantia da dívida, três meses antes da queda.

O empresário está convencido de que teria conseguido resolver os problemas da Ongoing e pago as dívidas aos bancos se tivessem aprovado uma reestruturação, que não podiam fazer por causa da “má imagem” que tinha a empresa e ele próprio em Portugal.

Sobre a denúncia do antigo sócio Rafael Mora, que o atacou no inquérito parlamentar ao Novo Banco, afirma não querer “entrar numa fria [confusão, guerra] com ele”.

“A 12 de junho de 2018, eu próprio e o André Parreira [antigo diretor da área tecnológica do grupo] interpusemos uma denúncia contra Vasconcellos, denúncia essa que sofreu um aditamento a 11 de setembro de 2018”, revelou Mora aos deputados na comissão de inquérito às perdas do Novo Banco, no dia 9 de junho.

Sobre a queixa, Vasconcellos diz desconhecer se há uma investigação do Ministério Público a decorrer.

“O Rafael acabou por dar algumas respostas (na comissão parlamentar de inquérito) que não são verdadeiras. De empresas que são dele, de coisas que ele diz que eu fiz que não são verdade. Está documentalmente comprovado”, afirma.

“Tudo o que eu fiz, fiz de consciência tranquila e ainda hoje pergunto por que raio um empresário como eu ia pôr quase 100 milhões de euros que não estavam garantidos a banco nenhum, pega nesse dinheiro e dá de garantia [ao então BES]. Ou eu fui muito burro, ou estava de boa fé”, acrescenta.

Na mesma entrevista, o empresário contraria as declarações de Mora e afirma que nunca quis ganhar poder na Impresa.

“A minha estratégia era a Portugal Telecom, não era a Impresa. Nunca quis ser presidente da Impresa. A obra que Pinto Balsemão fez com a ajuda do meu pai, eu acompanhei tudo. Fui a primeira pessoa que chegou à casa de Pinto Balsemão, quando ele ganhou o concurso da SIC, com uma garrafa de champanhe”, diz.

“O conflito acontece porque se inventou que eu queria tomar conta ou ser o presidente do grupo Impresa.

ZAP //

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1 Comment

  1. Mais um dos “donos disto tudo” mal habituados pelo antigo regime e que, quando as coisas dão para o torto, foge para o Brasil…
    Vai voltar e pagar o que deve, vai…

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