O Governo reconhece que Portugal “não é o destino preferencial” e que deve prestar mais informação aos refugiados sobre os seus direitos e deveres. O Bloco de Esquerda quer um relatório de avaliação à política de acolhimento do país.
Nos últimos dois meses, o número de refugiados recolocados em Portugal, ao abrigo das quotas definidas pela União Europeia, que já abandonaram o país duplicou, escreve o Diário de Notícias esta segunda-feira.
Segundo este jornal, do total de 1.255 pessoas acolhidas, sobretudo no último ano, 474 já deixaram as instituições que os receberam, o que dá uma taxa de quase 40%.
A maioria destes refugiados são de nacionalidade síria e, dos que estão em fuga, 147 já foram entretanto detetados ou mesmo detidos pelas autoridades de outros países, em destaque da Alemanha e França, mas também da Bélgica, Suécia e Holanda.
Desse número, apenas um já regressou ao país (uma vez que são obrigados a fazê-lo). Todas as despesas desse regresso são da inteira responsabilidade de Portugal.
Bloco quer relatório de avaliação
Em declarações ao DN, o gabinete do ministro-adjunto Eduardo Cabrita declara que “o nosso país não é o destino preferencial dos requerentes de proteção internacional”.
Por isso, na passada quinta-feira, numa audição na 1ª comissão parlamentar, em resposta a uma questão do Bloco de Esquerda sobre estas fugas, o governante reconhece que “tem de ser prestada mais informação aos refugiados sobre as regras de recolocação e a limitação de direitos associada aos movimentos secundários”.
“Apesar da boa vontade que tem havido no seu acolhimento em todo o país, existem situações de isolamento desadequadas, em que o descontentamento, as dificuldades de inserção e a desilusão são potenciadas”, contestou o bloquista José Manuel Pureza.
Segundo o DN, o mesmo deputado mostrou-se também preocupado sobre “qual vai ser a atitude do Estado português” com os refugiados que serão obrigados a voltar, mas não obteve qualquer resposta.
Assim sendo, o BE já apresentou um projeto de resolução que sugere ao Governo que apresente, ainda este ano, um relatório de avaliação sobre o acolhimento dos refugiados.
Andor.
Então pois. Se nem os portugueses querem cá estar imagino os refugiados. Alguns até deverão preferir ir para a Síria.