Novo presidente da ASPP/PSP identifica-se com o Movimento Zero (e quer combater o populismo)

António Cotrim / Lusa

O novo presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, assumiu que se identifica com as causas defendidas pelo “Movimento Zero”, mas sublinha que pretende combater o “populismo e a demagogia”.

“Eu percebo o Movimento Zero e a luta e até me identifico com as causas que o mesmo defende, mas preocupa-me mais perceber o que é que o Governo pode fazer para que os polícias não tenham que extravasar a sua visão da luta para poderem alcançar os seus direitos”, afirmou Paulo Jorge Santos, à margem da sua tomada de posse, observando, porém, que “o local certo para defender os direitos dos polícias é um sindicato responsável e consequente”.

O Movimento Zero é um grupo inorgânico transversal aos sindicatos, ao qual aderiram elementos de várias forças policiais e que, segundo o seu manifesto, “não tem representantes, não há rostos, não há vozes, não há sindicatos, não há postos” e cujo objetivo é “lutar todos os dias pelo respeito, dignidade e valorização das forças de segurança” e, segundo Paulo Santos, “tudo aquilo que tem sido propalado pelo Movimento tem sido falado pela ASPP há muito tempo” e daí a sua identificação com as causas.

Questionado sobre uma hipotética fusão de polícias, um assunto que está em discussão com a já anunciada restruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Paulo Santos não tomou uma posição concreta, referindo que essa matéria será avaliada em reuniões próximas da direção da associação.

“É de questionar se faz sentido este modelo policial, ou se faz sentido uma unificação ou reestruturação das forças de segurança”, disse o novo dirigente máximo da ASPP/PSP, escudando-se no facto de não ter “dados suficientes sobre o desenho da eventual restruturação”.

Paulo Santos, de 43 anos, que sucedeu a Paulo Rodrigues, que esteve 14 anos à frente da Associação, traçou como objetivos do seu mandato, além de combater o populismo e a demagogia, aumentar o raio de ação da ASPP, tornando-a representante de “todas as valências e categorias profissionais” e também defender e aprofundar o conceito de “família policial”.

A nova direção da ASPP/PSP vai solicitar reuniões com o ministro da Administração Interna e com a direção da PSP para discutir a questão do pagamento de um subsídio de risco, a revisão das tabelas remuneratórias e a possibilidade do direito à greve, entre outros assuntos sindicais, prometendo reforçar o seu gabinete jurídico e apostar na formação sindical.

// Lusa

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