A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que o governo de maioria socialista está disposto a “ceder” na questão do novo aeroporto de Lisboa, de forma a “ultrapassar este andar para a frente e para trás em grandes investimentos que são fundamentais para o país”.
Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, indicou que a eleição do novo líder do Partido social Democrata (PSD) será “uma nova oportunidade” para criar entendimentos, rejeitando que a afirmação do primeiro-ministro, António Costa, sobre a localização do aeroporto tenha sido uma provocação a Luís Montenegro.
“Quando falamos da necessidade de grandes compromissos essa não pode ser uma frase vazia. Tem que ser uma frase que inclui a disponibilidade de ceder. Aquilo que é preciso para termos finalmente, tantos e tantos anos depois, um aeroporto que resolva os problemas é um acordo entre os dois maiores partidos”, afirmou a ministra.
Notando que “o mais importante de tudo é haver acordo sobre a solução”, para que os procedimentos não se repitam “ad aeternum em função de uma decisão que não foi tomada”, a ministra vem colocar mais pressão no recém eleito líder do PSD.
Montenegro já tinha dito que, “a seu tempo”, responderá ao repto de Costa sobre o novo aeroporto e sobre a linha ferroviária de alta velocidade.
“Se não conhecesse o senhor primeiro-ministro há muitos anos diria que tinha ficado comovido com este rasgo de humildade, de ele vir reconhecer, sete anos depois de ser primeiro-ministro, a sua incompetência em resolver o assunto e a sua esperança de que seja o PSD a dar uma solução a esses problemas”, respondeu Montenegro.
Quanto tempo pensará o PS que vai durar a vida útil do novo/futuro aeroporto? É que se insistirem no Montijo, face à subida (inevitável) do nível do mar, esse aeroporto não deverá ter uma vida longa. Por este mesmo motivo, dentro de poucos anos deveremos ter de pensar em substituir também o aeroporto de Faro – e não há muito terreno livre no Algarve para um novo.
Assim sendo, não seria pertinente estudar a solução conjunta de Beja, associada a via férrea de alta velocidade e novos lanços de autoestrada, incluindo ligações a Sines e às províncias espanholas de Badajoz e Huelva?
Concordo plenamente com o seu comentário.