Ver um estranho a trabalhar. A nova tendência entre trabalhadores remotos

O “body doubling” é a nova tendência entre trabalhadores remotos. A ideia é aumentar a produtividade ao ter companhia enquanto trabalha.

A pandemia trouxe para novos hábitos para todos nós. O trabalho remoto foi um deles. Embora os efeitos da covid-19 já não se sintam com tanta força, há ainda muitas pessoas que continuam a trabalhar a partir de casa, seja a tempo integral ou parcial.

No entanto, alguns têm dificuldades em manter a concentração ao trabalhar em casa. Os vários estímulos que recebemos são, por vezes, difíceis de resistir. Seja o animal de estimação a pedir atenção ou as notificações das redes sociais que nos levam a pegar no telemóvel, a maioria acaba por ceder à tentação.

Como tal, há uma nova tendência que tem ganho popularidade. Seja para combater a falta de produtividade ou até falta de motivação, a internet acredita ter encontrado um antídoto: ver um estranho a trabalhar. Chamam-lhe body doubling”.

A pressão social de termos alguém a trabalhar ou estudar connosco, força-nos a não nos distrairmos com tanta facilidade. A prática envolve trabalhar ou estudar — virtualmente ou não — ao lado de outra pessoa. Não é preciso fazerem a mesma tarefa.

O objetivo, diz ao USA Today o psicólogo Andrew Kahn, é “fornecer uma presença física para motivá-los a concentrarem-se em algo que estão a lutar para concluir”.

Não há um formato rígido. As pessoas nem precisam de interagir uma com a outra. Pode até encontrar-se pessoalmente num café ou numa biblioteca. Podem falar ocasionalmente para trocar ideias. Podem até pedir para que a outra pessoa o pressione para terminar uma tarefa a que se propôs.

O “body doubling” é recomendado para pessoas com perturbação de hiperatividade com défice de atenção (PHDA), que se distraem com mais facilidade.

Kahn diz que a prática pode ajudar qualquer pessoa a recuperar o foco ao: tornar as tarefas chatas menos frustrantes; criar um incentivo para concluir as tarefas; proporcionar um senso de foco; sentir-se menos isolado; e proporcionar um senso de responsabilidade.

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“Anunciamos no início da hora no que é que vamos trabalhar e, depois de uma hora, verificamos como está a correr”, conta uma utilizadora do TikTok com PHDA. “Às vezes, uma hora é tudo o que precisamos para fazer a bola rolar”.

Daniel Costa, ZAP //

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