A nova ponte rodoviária sobre o rio Douro custa 36,9 milhões de euros, incluindo acessos, e fica pronta em 2025, indica a proposta de lançamento de concurso que vai esta quinta-feira à reunião camarária de Vila Nova de Gaia.
Em causa está a abertura do concurso público internacional para conceção e construção do projeto anunciado em abril de 2018 pelas Câmaras do Porto e de Gaia relativamente a uma nova travessia sobre o Douro, a montante da Ponte D. Luís I, entre as pontes do Freixo (rodoviária) e de São João (ferroviária).
De acordo com a proposta, à qual a Lusa teve acesso, a nova ponte, batizada como Ponte D. António Francisco dos Santos, deverá ficar operacional no início de 2025, após dois anos de construção.
A proposta que o executivo da Câmara de Gaia debate esta quinta-feira inclui um estudo económico e financeiro da empresa Exacto Estudos + Planeamento e um relatório do Instituto da Construção, no qual se lê que a ponte tem uma extensão total de 625 metros, 300 dos quais sobre o rio, e um perfil transversal do tabuleiro de 21,50 metros.
Já no que diz respeito a valores, a parte da ponte sobre o rio custará mais de 16,8 milhões de euros. Somam-se os valores para construção do tabuleiro já em área seca e as infraestruturas rodoviárias de acessos, num total de 36,89 milhões de euros.
Feitas as contas, a Vila Nova de Gaia caberá pagar cerca de 21 milhões de euros, o que inclui 50% do valor do tabuleiro sobre o rio, ligações rodoviárias e construção em área seca. Ao Porto, caberá pagar o mesmo valor relativo ao tabuleiro, ou seja cerca de 8,4 milhões, e seis milhões em acessos.
Quanto a localizações, a proposta discutida esta quinta-feira refere como ligação a norte a Avenida Paiva Couceiro, enquanto a sul, em Gaia, a ligação da ponte será feita à rotunda Gil Eanes.
O relatório faz referência à necessidade de construção, no lado do Porto, de um viaduto e de uma rotunda elevada, e do lado de Gaia, de uma nova rotunda e a vias de ligação a outra já existente.
O estudo económico e financeiro aconselha a que, “numa segunda fase”, seja incluído “um prolongamento para sul, com uma primeira ligação ao nó de Gervide [autoestrada 44]”. Isto, tendo como objetivo “permitir ao tráfego que utiliza a Ponte do Freixo um acesso fácil à nova ponte”.
Ao longo de toda a proposta aparece também definido que esta empreitada “está ligada ao objetivo de pedonalização do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I”.
De acordo com o documento, a nova travessia servirá para tráfego automóvel, transportes coletivos e meios suaves, pelo que é sugerida a instalação de uma via ciclável bidirecional e passeios nos dois lados.
“Com as ciclovias instaladas na nova ponte e na Ponte D. Luís I, e também nas marginais do Douro entre as duas pontes” formar-se-á “um anel marginal ciclável de grande potencial turístico e de lazer”, descreve.
No estudo, que inclui estimativas sobre impactos no valor de imóveis na área de influência da nova ponte, bem como na taxa turística das duas cidades e referências a ganhos ambientais, é referido que não está prevista a introdução de portagens.
Quando foi anunciada, esta ponte tinha um custo estimado de 12 milhões de euros, integralmente assumidos pelos dois municípios, em partes iguais.
Em novembro de 2019, numa sessão da Assembleia Municipal do Porto, o presidente daquela autarquia, Rui Moreira, avançou que a nova travessia iria custar 26,5 milhões de euros, valor que incluía os acessos.
Sobre a fórmula de concurso e meios de financiamento, a 11 de fevereiro, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse à Lusa que a construção de uma nova ponte faz ainda mais sentido num contexto em que há outras formas de financiamento, como é a “bazuca europeia”.
// Lusa