O PS-Braga, que já tinha estado em clima de tensão depois da escolha do candidato autárquico Hugo Pires, abre agora uma nova guerra: as listas de candidatos autárquicos não foram votadas.
Segundo o Observador, a queixa é feita por várias fontes que estiveram presentes na reunião de cinco horas em que as listas foram apresentadas já como facto consumado, esta segunda-feira, à concelhia de Braga.
Foi nesse encontro que Hugo Pires, que é membro da Comissão Permanente do PS e vice-presidente da bancada parlamentar, apresentou a lista de nomes para a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal, mas sem os levar a votação.
“Os nomes não foram votados porque este é um processo dirigido pela direção nacional do PS”, justifica o candidato ao Observador, explicando que dentro da reunião “ninguém pediu” que houvesse votação.
Contudo, os estatutos do partido, no capítulo em que definem as competências das concelhias, indicam que é sua responsabilidade, por um lado, “desencadear e assegurar o cumprimento do processo de designação dos candidatos autárquicos municipais” e por outro “aprovar as restantes listas de candidatos aos órgãos autárquicos municipais do respetivo concelho”.
Na ausência de uma votação dos nomes, um grupo de cerca de 30 militantes já tinha apresentado um pedido de reunião extraordinária que incluísse as “listas aos órgãos municipais” na ordem de trabalhos, sem sucesso.
Mas fora o problema formal de as listas não terem sido votadas, apesar de já terem sido oficializadas e divulgadas, há o conteúdo das mesmas: parte da revolta na concelhia surge a par de acusações a Pires por ter feito uma suposta “purga”.
Nas listas anunciadas esta semana, encabeçadas por Hugo Pires, no caso da Câmara, e pela deputada Palmira Maciel, para a Assembleia Municipal, existe essa “varridela” de vários nomes, com uma ressalva: o presidente da concelhia, Artur Feio, que tinha sido um dos principais oponentes de Pires na fase inicial do processo, foi incluído na lista e vai em segundo lugar.
Na grande maioria, a aposta recai em grande parte sobre independentes, que ocupam metade dos seis lugares cimeiros da lista.
A Câmara é atualmente liderada pelo social-democrata Ricardo Rio, que volta a concorrer, em coligação com CDS, PPM e Aliança.