Com “o pior dos piores” a comandar os russos, teme-se “nova fase de terror” na Ucrânia

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Há sinais claros de que a Rússia vai intensificar os ataques na Ucrânia, concentrando-se agora no leste do país. O presidente Volodymyr Zelensky teme uma “nova fase de terror”, até depois da escolha de Aleksander Dvornikov, conhecido como o “carniceiro da Síria”, para o comando das tropas russas.

Os serviços de Inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido apuraram que os combates no leste da Ucrânia “vão intensificar-se nas próximas duas a três semanas”.

Numa publicação no Twitter, o Ministério britânico repara que “a Rússia continua a refocar os seus esforços” naquela região que abarca o Donbass.

“As forças russas continuam a retirar-se da Bielorrússia, a fim de se redistribuírem em apoio às operações no leste da Ucrânia”, aponta ainda este Ministério.

Imagens de satélite já apanharam uma coluna militar russa com cerca de 12 quilómetros a deslocar-se em direcção ao Donbass, o que leva o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a temer que a guerra entre numa “nova fase de terror”.

Uma declaração que surge quando existem denúncias de que os russos usaram armas químicas nos ataques a Mariupol. O Parlamento ucraniano também revelou ter recebido relatos de que as tropas russas dispararam ácido nítrico na região de Donetsk.

Entretanto, também os Serviços de Inteligência do Reino Unido alertaram para o potencial uso de fósforo por parte do exército russo em Mariupol. E os EUA garantiram que estão atentos ao eventual uso de armas químicas na Ucrânia.

“O pior dos piores” lidera as tropas russas

Os sinais de alarme ganham força com a escolha do general Aleksandr Dvornikov para o comando da operação militar russa na Ucrânia.

Este militar da velha guarda e profundamente nacionalista, imbuído do espírito da grandeza soviética, é conhecido como o “carniceiro da Síria” pela forma como liderou as tropas russas neste país.

A Rússia apoiou o presidente Bashar Al-Assad contra os rebeldes sírios, que tiveram o apoio do ocidente. Sob o comando de Dvornikov, foram bombardeadas cidades inteiras como Alepo, com ataques a hospitais e escolas, e até a pessoas em filas para o pão, e houve tortura, violações sistemáticas e o uso de armas químicas.

É um general disposto a tudo para derrotar o inimigo, como referem antigos Comandantes norte-americanos, considerando que é “o pior dos piores”.

Na Síria, as tropas russas foram acusadas de crimes contra a humanidade numa estratégia cruel que foi determinante para o triunfo de Al-Assad. Agora, teme-se que o general aposte na mesma táctica do “vale tudo” para derrotar a Ucrânia.

Terá sido precisamente Dvornikov a ordenar o ataque à estação ucraniana de Kramatorsk que fez, pelo menos, 52 mortos, na maioria mulheres, crianças e idosos, nesta semana.

O tenente-general na reserva Mark Hertling, ex-comandante das tropas norte-americanas na Europa, diz à CNN que se podem esperar “muitas execuções, ataques a civis, destruição de alvos civis e caos entre as populações”.

O grande objectivo vai ser anunciar um triunfo sobre os ucranianos até ao dia 9 de Maio, quando se celebra na Rússia o Dia da Vitória sobre a Alemanha na II Guerra Mundial.

Donbass é o novo alvo estratégico de Putin

As forças russas estão a reforçar-se em torno do Donbass, perto da cidade estratégica de Izium, mas ainda não iniciaram a ofensiva para garantir o controlo total desta região do leste ucraniano.

Os dados são de um alto responsável do Pentágono que verifica “os esforços dos russos para se reabastecerem e se reforçarem no Donbass”.

O Pentágono refere que há uma coluna de tanques que se aproxima de Izium, incluindo elementos de comando e de controlo, um batalhão de apoio de manutenção de helicópteros e um batalhão de logística para a infantaria.

As forças russas também estão a reforçar-se a sudoeste de Donetsk, em particular com artilharia, mas “não consideramos que a nova ofensiva começou”, acrescenta a fonte do Pentágono citada pela agência France-Presse.

O alto responsável do Ministério da Defesa norte-americano confirma que o general Alexandre Dvornikov está a dirigir esta ofensiva.

“Devido aos grandes problemas de logística e de aprovisionamento, devido às suas dificuldades em manobrar, devido aos seus problemas de coordenação, de moral, de organização hierárquica, não é seguro que possa ser muito eficaz“, aponta ainda a mesma fonte.

O general Dvornikov comandou a ofensiva no sul, no início da invasão, “e os russos não tiveram mais sucesso no sul do que no norte“, destaca também.

ZAP // Lusa

10 Comments

      • Dúvido que o putin seja caçado. Ninguém tem coragem de entrar lá e o apanhar, além de que ele deve estar bem protegido. Depois todos os países tem medo de irem para a guerra com ele, pois ele tem armamento nuclear e está sempre a ameaçar que o vai usar. Para além de ser totalmente louco e escrqoue para fazer isso.

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