A Rússia reorganizou a cúpula militar que dirige as operações na Ucrânia para melhorar a coordenação das unidades no terreno, disse hoje fonte ocidental à emissora britânica BBC.
O Kremlin designou o general Alexander Dvornikov, com experiência na Síria, como primeiro responsável da cadeia de comando para dirigir a invasão, indicou a mesma fonte ao canal público, que não revela a sua identidade.
O exército russo manteve até agora vários grupos operacionais com comandos independentes e 44 dias depois de começar os ataques na Ucrânia não conseguiu cumprir os objetivos, nem tomar grandes cidades como a capital, Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, pode colocar à frente certos “imperativos políticos”, face a outras “prioridades militares” na hora de decidir os passos seguintes, segundo a BBC.
A importância do 9 de Maio
Moscovo está a acelerar a prossecução de objetivos para conseguir “algum êxito” antes de 9 de Maio, quando a Rússia comemora a vitória na Segunda Guerra Mundial. Nos últimos dias, as tropas russas retiraram-se das imediações de Kiev e outras zonas da Ucrânia para centrar esforços numa ofensiva na região de Donbass, leste do país.
De acordo com a AFP, Putin quer garantir o cumprimento de alguns objetivos fundamentais antes desta importante data, que todos os anos é assinalada com uma parada com pompa e circunstância na Praça Vermelha, em Moscovo.
Um dos alvos é a região do Donbass, que a Rússia quer controlar totalmente, visto que apenas algumas partes estão sob o domínio dos separatistas pró-Moscovo.
O Kremlin quer também continuar com as negociações, mas alguns especialistas acreditam que os russos querem conseguir uma grande vitória militar numa das principais cidades antes de haver mais progressos pela via diplomática.
Segurar a economia é também importante, numa altura em que o efeito das sanções e da inflação já se faz sentir. O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, revelou na quinta-feira que a economia russa precisa de “pelo menos meio ano” para se conseguir ajustar e recuperar face ao rombo que tem sofrido.
Além disto, o Kremlin quer ainda continuar de olho na oposição dentro da Rússia e manter o controlo na guerra mediática e de informação dentro do país.
Os responsáveis ocidentais acreditam ainda que Putin pode declarar a vitória na guerra a 9 de Maio, mesmo que no terreno as tropas russas não estejam a ganhar.
“Há uma tensão entre a lógica militar de reorganizar as forças para o revigoramento da operação russa no Donbass, potencialmente usando táticas mais apropriadas, contra a imperativa política de se continuar a operação e avançar-se rápido”, revela um responsável citado pelo Evening Standard.
As fontes adiantam que o comandante das forças russas tem uma escolha “delicada” para fazer. “É inteiramente possível que a necessidade de se agir rápido seja motivada pelo imperativo político, já falamos sobre o potencial impacto do 9 de Maio e o desejo de Putin de ter algum tipo de sucesso nessa altura”, remata.
Guerra já causou 11 milhões de refugiados
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitem de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
ZAP // Lusa
Vitória? Mas afinal já há guerra??
E se o tiro sair pela culatra?
Vitória?Qual vitória?
Perante os olhos do mundo irão ser sempre derrotados e vão ficar isolados!
Agora só falta isolar a china antes que também dê porcaria, esperemos que tenham finalmente aberto os olhos!
Se se isolar também a China… e o mundo ficar nas mãos do Tio Sam, aí é que se vai ver o que é ditadura e intromissão!!