A Nova Caledónia rejeitou este domingo, em referendo, ser independente de França. Mais de 56% dos eleitores votaram contra a independência. “É um imenso orgulho que tenhamos vivido juntos esta etapa histórica”, reagiu o presidente francês, Emmanuel Macron.
Os eleitores do arquipélago, colonizado pela França em 1853 e a 16.000 quilómetros de Paris, foram chamados a pronunciar-se sobre se queriam ou não que a Nova Caledónia acedesse à plena soberania e se tornasse independente.
De acordo com os resultados definitivos comunicados pelo Alto-Comissariado da República, o “Não” venceu com 56,4% dos votos, contra 43,6% de eleitores que votaram “Sim”. A participação eleitoral atingiu 80,63%.
A vitória do “não” vai deixar o território como parte de França, mas está previsto que se aprofunde a sua autonomia, com uma cidadania própria, independência legislativa e a possibilidade de estar em instituições internacionais. O referendo decorreu sem grandes incidentes, tendo sido, apenas, registados alguns carros incendiados em Numeia.
O referendo estava previsto pelo Acordo de Numeia que foi assinado em 1998 e que pretendeu continuar o trabalho de reconciliação entre o povo autóctone Kanak e a população de origem europeia Caldoche, iniciado com os acordos de Paris em 1988. Estes acordos foram alcançados após episódios de violência no arquipélago nos anos 80.
Os partidários da independência, os kanaks, que são os sectores mais pobres da sociedade, podem exigir mais dois referendos nos próximos quatro anos e, devido à sua condição de ex-colónia, mantêm o direito de autodeterminação reconhecido pela ONU.
Os unionistas, por seu lado, consideram que a independência levaria a Nova Caledónia a cair sob a influência da China.
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro, Edouard Philippe, vai reunir-se com as principais forças políticas da Nova Caledónia para analisar os resultados.
“É um imenso orgulho que tenhamos vivido juntos esta etapa histórica”, reagiu o presidente francês, Emmanuel Macron. “Quero também manifestar o orgulho para o chefe de Estado que a maioria da população da Nova Caldónia tenha escolhido a França”, acrescentou o presidente, sublinhando que “não há outro caminho a não ser o do diálogo”.
// RFI