Serviço Nacional de Saúde e a escola pública foram os principais pontos de discórdia dos dois líderes partidários.
No frente-a-frente entre Rui Rio e João Cotrim de Figueiredo, negociou-se em direto e para todos os portugueses verem o que une e separa os dois líderes políticos. No horizonte ficou uma perspetiva de acordo, só pendente de um pouco de moderação. As divergências apareceram, por exemplo, em questões como a taxa única de IRS proposta pela Iniciativa Liberal, a qual Rio começou por descartar de imediato mas acabou a tirar notas, com dúvidas sobre o “tombo brutal na receita”. O líder do PSD confrontou mesmo o seu adversário sobre o impacto da medida na receita fiscal, mas também sobre a “questão da justiça” social.
Já sobre as propostas da Iniciativa Liberal relativas e ao IRC e a redução de 15 pontos percentuais, em oposição à do PSD que aposta com uma redução, mas com moderação. “Se fizermos isto à escala que a Iniciativa Liberal propõe é o descalabro orçamental“. Perante as críticas e preocupações de Rio, Cotrim tratou de “tranquilizar” Rio. “Como é que isto se paga? A nossa proposta de duas taxas, a caminho da taxa única de IRS custa cerca de dois mil milhões de euros de receita fiscal de IRS. Mas produz crescimento económico. Por cada ponto e meio de crescimento a mais, temos quase mil milhões de receita a mais, pelo que só o crescimento económico paga metade”.
Neste ponto, Rio concordou. “A redução de impostos produz crescimento. Acredito perfeitamente”, esclareceu o líder do social-democrata. No entanto, não considera que isto deva ser de “rompante“. Ou seja, os dois divergem na velocidade com que a descida do IRS e do IRC deve acontecer.
Já no que respeita às privatizações, Rui Rio não descarta a da TAP, mas mostra-se contra o modelo de meia privatização seguido pelo Governo, descrevendo a situação “uma criança grande e gorda nos braços” do Estado. Já para Cotrim de Figueiredo, a privatização deve acontecer” tão cedo como possível. A mesma opinião tem da RTP, a qual vê como uma “sangria completa para o contribuinte”, não tendo “importância estratégica” para o país. Aqui, Rio parece discordar dizendo que na estação pública “são mais sóbrios e têm obrigação de ser isentos. Embora não possam acumular prejuízos. Nos últimos tempos a RTP já teve lucro, se continuar esse caminho não vejo necessidade de privatizar”, atirou.
Pelo líder da IL era tudo privatizado e o povo pagava ainda mais… Tirar dos pobres para dar aos ricos. Ficar 30 anos a pagar um curso universitário + IMI + carro+ todos os restantes milhares de impostos diretos e indiretos.
Exacto; ainda por cima quando as privatizações em Portugal (e não só) tem corrido tão bem…
Também é interessante ver o IL referir países como a Suécia – que tem uma maior carga fiscal, mais empresas públicas, mais funcionários públicos e mais estado social do que Portugal e mesmo assim, tem uma economia mais dinâmica do que a portuguesa – o que deita logo por terra a maioria dos argumentos desse partido que, claramente tem como principal objectivo pôr os mais ricos a contribuir menos!!