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Nevoeiro e uma manif a duas Línguas no arranque da cimeira Portugal-Espanha

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JuanJo Martín / EPA

Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, na Cimeira Ibérica na Guarda.

O forte nevoeiro na região da Guarda atrasou, neste sábado de manhã, a aterragem dos helicópteros que transportaram a delegação espanhola para a 31.ª cimeira ibérica. Os primeiros-ministros português e espanhol foram recebidos por uma manifestação de portugueses e espanhóis.

Portugal e Espanha devem aprovar, na cimeira ibérica que decorre neste sábado, uma estratégia conjunta para a recuperação económica, bem como a chamada Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECDT).

A ECDT vai beneficiar 1.551 freguesias, cerca de metade delas portuguesas, abarcando uma área correspondente a 62% do território nacional. Mais de 1,6 milhões de portugueses serão beneficiados e cinco milhões de habitantes dos dois lados da fronteira.

Essa estratégia para as regiões que estão entre as mais pobres dos dois países prevê, entre outras matérias, a criação de grupos de trabalho que vão estudar a criação da figura de trabalhador transfronteiriço e de um documento único de circulação para harmonizar a passagem de menores entre Portugal e Espanha.

Para este sábado, estão marcadas várias reuniões bilaterais sectoriais, uma delas entre António Costa e Pedro Sánchez, os primeiros-ministros português e espanhol.

A comitiva de Espanha é a mais numerosa, com o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, quatro vice-presidentes, seis ministros, seis secretários de estado e o embaixador espanhol em Portugal, enquanto do lado português, António Costa vai estar acompanhado de oito ministros, uma secretária de Estado e o embaixador de Portugal em Madrid.

O arranque da cimeira ficou marcado por alguns minutos de atraso devido ao nevoeiro que obrigou os helicópteros com a comitiva espanhola a aterrarem num local diferente do previsto.

Manifestantes exigem fecho de Almaraz, fim de portagens e reposição de comboios

Os manifestantes assobiaram e gritaram palavras de ordem quando Costa e Sanchéz chegaram ao local onde se realiza este sábado a 31.ª Cimeira Luso-espanhola.

Manifestantes exigem fecho de Almaraz, fim de portagens e reposição de comboios

Cerca de meia centena de sindicalistas, trabalhadores, activistas e ambientalistas de Portugal e Espanha manifestaram-se no local da cimeira para exigir aos dois Governos o encerramento da central nuclear de Almaraz, a redução de portagens e a reposição dos comboios internacionais.

Os protestos decorreram próximo do chafariz de Santo André, o local onde Costa e Sánchez iniciaram a 31.ª Cimeira Luso-espanhola.

Os manifestantes, que empunhavam cartazes e tarjas com as suas reivindicações escritas em Português e em Espanhol, assobiaram e gritaram palavras de ordem quando Costa e Sanchéz chegaram ao local.

Durante o protesto gritaram frases como “Não ao nuclear, encerrar a central de Almaraz”, “Sim à vida, não à mina”, “Governo escuta, os trabalhadores estão em luta”, “Comboios sim, portagens não” e “[Comboio] internacional a circular, para o ambiente melhorar”.

O Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) em Portugal entregou um documento aos governos dos dois países a apelar ao fecho da central de Almaraz (situada a cerca 100 quilómetros da fronteira) e da exploração de urânio em Retortillo (a cerca de 30 quilómetros da fronteira), referiu à Lusa José Janela, da comissão coordenadora do MIA em Portugal.

O ambientalista disse que portugueses e espanhóis estão “contra a continuação” da central de Almaraz e pedem o seu fecho definitivo, alegando que “constitui um perigo” para as zonas fronteiriças.

O mesmo elemento do MIA pede a Costa que dê “um cotovelada mais vigorosa” a Sánchez e lhe diga que “agora é que é mesmo para encerrar Almaraz”.

A Plataforma P’la Reposição das Scut´s nas autoestradas A23 e A25 voltou a exigir o fim das portagens nas antigas vias sem custos para o utilizador.

“Nós aqui estamos, mais uma vez, para sinalizar que o problema das portagens não vai morrer”, disse à Lusa o porta-voz Luís Garra.

No protesto também participaram trabalhadores e dirigentes do Sindicato da Hotelaria do Sul, que exigiram a reposição dos comboios internacionais, uma vez que os trabalhadores da Serviral, empresa concessionária que explora os comboios internacionais que fazem os percursos Lisboa-Madrid e Lisboa-Hendaye (Lusitânia e Sud-Express), estão com os contratos de trabalho suspensos desde 17 de Março, altura em que os comboios internacionais pararam.

“É inconcebível que as fronteiras em toda a União Europeia estejam abertas para os comboios e a única que está fechada é [entre] Portugal e Espanha“, explicou Fernando Pinto.

O sindicato defende a reabertura de “todos os serviços actualmente encerrados nos comboios Lusitânia e Sud-Express”.

A União de Sindicatos da Guarda também aproveitou a ocasião para entregar ao Governo um documento com medidas para “valorizar quem trabalha e a produção nacional”, pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Reparem na imagem e digam como é que a Espanha não há-de ser grande se o António Costa com barriga de pipo dá em máxima altura pelo ombro ao Pedro Sanchez. Ai costa…

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