Quase 12 anos após o desaparecimento, a Netflix prepara-se para retomar o caso de Madeleine McCann sob a forma de documentário.
A produção, que irá incluir testemunhos inéditos, promete ser o próximo grande sucesso da Netflix, tendo contado com um orçamento de, aproximadamente, 24 milhões de euros.
No entanto, o novo projeto gerou alguma controvérsia face à reação negativa dos pais de Maddie, Kate e Gerry. “Não queremos ter nada a ver com isso”, afirmou um representante e amigo da família McCann, no seguimento de inúmeras tentativas de contacto por parte da produtora Pulse Films.
Uma fonte próxima dos realizadores explicou ao jornal Daily Mail a razão por trás desta estranha atitude. “Teríamos gostado de trabalhar diretamente com os McCann, mas eles informaram-nos que não podem, nem querem participar, visto que a investigação policial sobre o desaparecimento da sua filha ainda está a decorrer”, adiantou.
A mesma fonte revelou que, ao longo dos últimos 18 meses, foram feitas várias tentativas para que o casal desse o seu testemunho, mas foram todas infrutíferas.
A Netflix contava iniciar as gravações no final do ano passado, mas estas só irão arrancar este mês de março, não havendo ainda indicação quanto à data de estreia.
A noite de 3 de maio de 2017
O envolvimento dos McCann neste estranho rapto sempre se revelou inconclusivo e muito misterioso. Madeleine McCann desapareceu a 3 de maio de 2007 num resort perto da Praia da Luz, na região do Algarve. O crime ocorreu na ausência do casal que se encontrava a jantar a alguns metros de distância, enquanto a menina, juntamente com os irmãos Amelie e Sean, dormia no respetivo apartamento.
Ainda que tenham sido identificados vários suspeitos, o testemunho mais avassalador pertence ao detetive Gonçalo Amaral, autor do livro Maddie – A verdade da mentira sobre o desaparecimento de Madeleine.
Amaral acusa Kate e Gerry de fingirem o rapto, depois de a criança ter morrido horas antes, devido à negligência dos progenitores. Tal hipótese nunca foi confirmada, apesar de, segundo o detetive, inúmeras “pontas soltas” corroborarem esta teoria.
O documentário irá contar com o depoimento de Amaral, algo comentado pelo representante dos McCann: “A família entende que o senhor Amaral e a polícia portuguesa foram convidados a participar. Os seus advogados irão estar atentos a potencial material calunioso”.
A produtora acredita que poderá “trazer justiça a esta história inacreditavelmente trágica”, explorando a fundo o tema. O documentário, ainda sem título, será dividido em várias partes e irá apresentar os resultados de sucessivas viagens ao local do crime. Várias perspetivas serão abordadas, com o auxílio de figuras chave no caso e de jornalistas que cobriram o acontecimento desde o início.
A Netflix já desenvolveu projetos semelhantes, na sua maioria aclamados pela crítica, como Casting JonBenet, documentário que incide sobre o assassinato de JonBenet Ramsey, uma famosa concorrente de concursos de beleza, aos 6 anos de idade.
ZAP // Espalha-Factos
Caso Maddie
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