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Negrão fala em articulação total, mas Hugo Soares acusa Rio de passar as culpas para os deputados

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José Sena Goulão / Lusa

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão

Na primeira reunião do grupo parlamentar do PSD após a crise dos professores, Fernando Negrão insistiu que houve “articulação” total, uma resposta a Hugo Soares que acusa o líder do PSD de passar as culpas para os deputados.

Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, reafirmou na manhã desta quinta-feira, perante o grupo parlamentar, que Rui Rio acompanhou a par e passo tudo o que aconteceu na reunião da comissão de educação, em que foi aprovada a contagem integral do tempo de serviço dos professores.

Segundo o Expresso, Fernando Negrão defendeu que a posição do PSD foi coerente com a sua história nesta matéria e culpou o mediatismo pela perceção de que terá havido erros no PSD ou um recuo após a ameaça de demissão do primeiro-ministro, António Costa.

Perante os jornalistas, à saída da reunião, Negrão assumiu o mesmo. Aliás, à pergunta sobre se sente que Rio transformou o grupo parlamentar no bode expiatório de um processo em que os sociais-democratas tiveram de fazer marcha atrás, responde que não.

“Não sinto, porque articulamos sempre com a direção do partido. Houve articulação, não houve passar de culpas. Rio não lavou as mãos”, afirmou o líder parlamentar.

Já sobre os discursos diferentes do partidos antes e depois da ameaça, o líder da bancada afirmou que, a partir do momento em que Costa ameaçou demitir-se, estava-se “ao nível da discussão entre o primeiro-ministro e o líder da oposição”, e que se o PSD demorou a corrigir o tiro, foi por responsabilidade de Rui Rio.

Negrão bateu sempre na mesma tecla, afirmando que o clima foi de “total sintonia” com a direção do partido e do grupo parlamentar, e de “condenação” e “protesto” em relação ao “golpe teatral de António Costa quando ameaçou com a demissão”.

Mas, apesar de haver condenação, segundo o Expresso, não houve “total sintonia” em relação ao comportamento de Rui Rio.

Hugo Soares foi a voz crítica, que fez uma intervenção que chegou até a irritar alguns dirigentes da bancada, como Emídio Guerreiro. Em resposta a Pedro Pinto, que momentos antes havia defendido a coerência do PSD em relação aos professores, Soares fez questão de repor a verdade histórica.

Esta nunca foi a posição do PSD“, afirmou, lembrando que durante anos o partido defendeu que “este tempo não ia nunca ser contado” e que, por razões de “justiça, de equidade e sustentabilidade das contas públicas” o PSD sempre votou contra as propostas de recuperação do tempo integral de serviço.

Para Hugo Soares, o PSD falhou na questão de fundo e na forma. Além disso, o anterior líder parlamentar criticou Rui Rio pela forma como, “sempre que tem uma aflição, culpa o grupo parlamentar”.

Para sustentar a sua afirmação, lembrou vários momentos em que o presidente do partido se comportou desta forma ao longo dos últimos quinze meses, considerando muito grave a forma como Rio queima os deputados para disfarçar as suas asneiras políticas.

ZAP //

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