Passado nazi do pai assombra candidato à Presidência do Chile

Elvis Gonzales / EPA

José Antonio Kast, candidato à Presidência do Chile

José Antonio Kast, candidato à Presidência do Chile

José Antonio Kast negou durante muito tempo as alegações de que o seu pai, nascido na Alemanha, era nazi durante a II Guerra Mundial. Agora, um documento parece confirmar a filiação de Michael Kast no partido de Adolf Hitler.

O pai alemão do candidato de extrema direita à Presidência do Chile, José Antonio Kast, era membro do partido nazi de Adolf Hitler, segundo um documento descoberto recentemente e obtido pela Associated Press.

O cartão de identificação, presente no Arquivo Federal do país, mostrou que um jovem de 18 anos chamado Michael Kast ingressou no Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) no dia 1 de setembro de 1942, no auge da ofensiva de Hitler contra a União Soviética.

Apesar de o Arquivo Federal alemão não poder confirmar se Michael Kast é, de facto, o pai do candidato à Presidência chilena, a data e o local de nascimento impressos no cartão correspondem aos do pai de Kast, que faleceu em 2014.

Uma cópia do documento já havia sido partilhada no Twitter pelo jornalista chileno Mauricio Weibel, no dia 1 de dezembro.

Segundo o The Washington Post, o documento parece contradizer a narrativa de Kast sobre o envolvimento do seu pai com o regime nazi.

“Quando há uma guerra e a inscrição [militar] é obrigatória, um jovem de 17 ou 18 anos não tem a opção de dizer ‘Eu não vou’ porque, se o fizer, será martirizado em tribunal e morto a tiro no dia seguinte”, chegou a escrever Kast, nas redes sociais, segundo relata a Asssociated Press.

O serviço militar era obrigatório na Alemanha, mas a filiação no partido nazi não. “Não temos um único exemplo de ninguém que tenha sido obrigado a entrar no partido”, disse à AP o historiador alemão Armin Nolzen.

José Antonio Kast, do Partido Republicano, e Gabriel Boric, que lidera a candidatura de uma aliança de esquerda, que inclui o Partido Comunista, vão disputar a segunda volta das presidenciais no Chile.

Liliana Malainho, ZAP //

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