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Em recuperação, Navalny fala sobre envenenamento. “Foi um projeto pessoal de Putin que falhou”

(h) Alexei Navalny / EPA

Alexei Navalny

Em entrevista ao canal de televisão inependente Dozhd TV, Alexei Navalny, que se encontra em recuperação da tentativa de assassinato com o agente químico Novichok, garante que ninguém o vai parar e lança farpas a Vladimir Putin. “A estratégia permanece a mesma”.

A recuperar em Berlim, o líder da oposição russa garante que “o que eu quero é uma investigação conduzida em território russo – ou pelo menos algo semelhante a uma investigação. Porque o que está a acontecer parece ser mais um sinal de que ninguém pode contar com a justiça no nosso país”, referiu ao canal de televisão Dozhd TV, a única cadeia de televisão independente da Rússia.

Na entrevista, que foi publicada pelo Diário de Notícias, fala sobre as repercussões internacionais do seu envenenamento. Navalny lembra que “se os países desenvolvidos quiserem ajudar a Rússia, os seus cidadãos e a eles próprios, deveriam colocar um obstáculo no caminho do dinheiro sujo que sai da Rússia”.

Na opinião do russo “é realmente necessário expulsar da Europa todos os oligarcas – os Usmanovs, os Abramovichs, os Shuvalovs, os Peskovs e todos esses propagandistas que enriquecem e enviam dinheiro para a Europa enquanto os russos são mantidos na pobreza e na degradação”.

O ativista político lembra que as ações que a União Europeia tomou até ao momento no que toca à investigação do seu envenenamento não estão relacionadas com ele – mas sim com “o uso de armas químicas”, “uma violação das leis e convenções internacionais”.

Navalny acusa Vladimir Putin, presidente russo, de estar pessoalmente por trás da sua tentativa de assassinato. “Foi um projeto pessoal de Putin que falhou. Ele está a tentar proteger-se agora, inclusivamente com esta mentira completamente monstruosa” (de que Navalny se envenenou a si próprio).

O diretor da Fundação Anticorrupção em Moscovo vai mais longe e diz que “o homem (Putin) foi apanhado com uma arma fumegante apontada à parte de trás da minha cabeça e, depois de falhar o alvo, diz: Não fui eu. Foi uma tentativa de suicídio”.

Na entrevista ficou a promessa de regressar à Rússia para continuar a fazer oposição ao regime. Navalny reconhece que “os riscos são mais elevados”, mas que “a estratégia básica permanece a mesma”. “Temos de apelar às pessoas. Temos de exigir o direito de participar livremente nas eleições como candidatos. Continuaremos a organizar manifestações”, sublinhou.

ZAP //

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