No último ano, os partos em casa aumentaram para quase o dobro em Portugal. No entanto, esta é uma realidade ainda sem regulamentação e que as seguradoras recusam financiar.
Mais de 1100 mulheres optaram por um parto domiciliário ao longo do ano passado, segundo os números divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
São apenas 1,3% dos 83.784 bebés nascidos no ano passado, mas o aumento, comparativamente com os 634 partos em casa registados no ano anterior, foi quase para o dobro.
De realçar, escreve o Público, que as estatísticas do INE reportam como domiciliários os partos tidos fora dos hospitais, não especificando se foram planeados ou acidentais.
Segundo os relatos ouvidos pelo jornal, este aumento da procura por um parto em casa ficará a dever-se tanto ao medo de contágio e à recusa das restrições impostas pelos hospitais, como a uma maior procura por um parto mais humanizado e íntimo.
Contudo, esta prática ainda não é regulamentada em Portugal e as seguradoras também não abrangem os custos inerentes a esta opção. Ter um filho em casa, seguindo todos os passos para um parto em segurança, pode custar entre 1500 e 3000 euros.
Ainda assim, a Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto tem-se esforçado por divulgar a informação necessária para ajudar a garantir que ter um bebé em casa é uma opção segura, evitando que se repitam situações como a que, em 2012, levou à morte de um bebé na sequência de um parto domiciliário.
Por outro lado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) soma três processos relacionados com algo que correu mal durante partos em casa.
Já o obstetra Diogo Ayres de Campos, diretor da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia e do serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, continua a desaconselhar os partos em casa, mesmo em gravidezes de baixo risco.
Vamos regredir para os anos sessenta em que morriam 50 crianças por cada 1000 nascimentos, as pessoas perderam a noção…