A aeronave OSIRIS-REx da NASA aterrou, esta terça-feira, por breves segundos na superfície do asteroide Bennu. A missão, que teve como objetivo a colheita de uma amostra de entulho solto, está em andamento desde 2004 e tem aterragem prevista na Terra para 2023.
OSIRIS-REx é a primeira missão norte-americana de recolha de amostras de um asteroide e o seu objetivo era recolher uma amostra intocada e inalterada de um asteroide para a transportar de volta à Terra, o que está previsto para 2023.
A manobra espacial aconteceu a 320 milhões de quilómetros de distância e a aeronave, controlada remotamente por uma equipa de cientistas, tocou a superfície do asteroide Bennu – que se move a cerca de 101 mil quilómetros por hora – por breves segundos.
A aeronave tocou a superfície do asteroide por cerca de dez segundos e usou um braço robótico de três metros, chamado TAGSAM, para recolher pelo menos 50 gramas de entulho solto do asteroide.
Tendo em consideração que os asteroides são relíquias dos primeiros materiais que formaram o nosso sistema solar, estudar esta amostra pode permitir aos cientistas responder a questões fundamentais. Além disso, a missão também irá explorar como se pode evitar a colisão de Bennu com a Terra, visto que este é um asteroide próximo do nosso planeta e corre o risco de o atingir no final de 2100.
No entanto, o objetivo mais ambicioso da missão OSIRIS-REx talvez seja a identificação de recursos. Ou seja, o mapeamento das propriedades químicas de Bennu para aprender, entre outras coisas, sobre o potencial de mineração de asteroides para produzir combustível para foguetões.
Embora esta seja a primeira missão da NASA a tentar colher uma amostra de um asteroide, o conhecimento científico e tecnológico necessário é o resultado de décadas de exploração. No início da década de 1990, a aeronave Galileo da agência espacial foi o primeiro objeto de fabricação humana a orbitar e pousar num asteroide.
Preparação da missão
OSIRIS-REx foi lançado da Flórida, nos Estados Unidos, no dia 8 de setembro de 2016 e chegou a Bennu em dezembro de 2018. Entretanto, a equipa de cientistas e engenheiros tem conduzido remotamente a aeronave e realizou dois ensaios, nos quais chegou muito perto de Bennu, sem lhe tocar.
Quando a equipe OSIRIS-REx escolheu Bennu, esperava que a superfície do asteroide se parecesse com uma praia arenosa. No entanto, o conjunto de câmaras de alta resolução da aeronave revelou uma paisagem acidentada e cheia de pedras.
Essas imagens foram estudadas durante meses, para que a equipa de investigadores encontrasse um local amplo o suficiente para a aeronave – do tamanho de uma grande carrinha de passageiros – pousar sem bater.
No dia 12 de dezembro de 2019, a equipa de investigadores anunciou o local de pouso escolhido: Nightingale, uma cratera relativamente nova, do tamanho de um campo de ténis, com uma pedra gigante do tamanho de um prédio de dois andares.
Numa secção de Nightingale a equipa identificou entulho solto pequeno o suficiente para a nave OSIRIS-REx ser capaz de agarrar e carregar.
Liderada pela Universidade do Arizona e preparada durante 16 anos, esta missão da NASA foi transmitida em direto no site da agência espacial.