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Não há como “voltar ao normal” (e quanto mais depressa aceitarmos, melhor)

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Mário Cruz / Lusa

Os psicólogos consideram que ter saudades da vida quotidiana do início do ano não é necessariamente algo mau. O perigo está em ansiar pela normalidade, em vez de tentar descobrir como lidar com o que está por vir, numa altura em que o mundo se vê a braços com uma pandemia.

Thomas Davenport, professor no Babson College, nos Estados Unidos, defende que “os políticos que fingem que o ‘normal’ está ao virar da esquina estão a enganar os cidadãos e a eles próprios” e que a pandemia de covid-19 mudou o mundo, pelo menos como o conhecíamos.

À CNN, o docente explicou que a tendência humana de acreditar que a mudança é temporária e que o futuro se parecerá novamente com o passado costuma ser chamada de “viés de normalidade“.

As pessoas que não se adaptam à mudança acreditam que o “normal” vai voltar e atrasam a modificação das suas rotinas diárias ou das suas perspetivas.

Aqueles que se recusam a usar máscara de proteção, por exemplo, podem ser culpados de preconceito de normalidade, uma vez que encaram essa intrusão nas suas vidas como uma moda passageira que não precisam de abraçar.

Ainda assim, apesar de uma parte do nosso cérebro se sentir tentado a resistir à mudança, encarando os desastres como um evento passageiro, há uma outra parte mais forte que abraça o novo normal muito rapidamente. Chama-se “adaptação hedónica” e é a capacidade de a mente aceitar rapidamente algo que, semanas antes, a teria paralisado.

O benefício da adaptação hedónica é que ela funciona em todas as direções: isto significa que as mudanças que alteram a vida diária em apenas um mês podem ser abandonadas rapidamente no mês seguinte. “Pode ser a adaptação à máscara como ao novo normal”, disse Sonja Lyubomirsky, professora de psicologia da Universidade da Califórnia.

Os comportamentos que permanecem são aqueles que estão inseridos nas nossas rotinas diárias, que são “acionados automaticamente“.

“Agora, lavamos as mãos com mais frequência, sem pensar. Isso é algo que definitivamente pode permanecer na nossa rotina”, rematou.

ZAP //

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3 Comments

  1. Já não há paciência (eu nunca tive) para ler coisas, ditas por supostas personagens, que ninguém conhece, e mesmo assim alguém PAGA para aparecerem em “notícias” destas. Já todas as pessoas perceberam que este circo é uma trapaça montada levando-nos para o país das maravilhas e da carneirada. Máscaras fazem mal ás pessoas. Fazem feridas e borbulhas que provocam infecções. Criam estigmas mentais porque… enfim. Toda a gente sabe. Boa saúde a todos

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