Pedro Nuno acusa Montenegro de não ser credível; e não fecha portas ao resto da esquerda

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António Cotrim / LUSA

Pedro Nuno Santos a sorrir no Parlamento

Pedro Nuno Santos, candidato a secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos afirmou que o Partido Socialista não pode voltar a 2014 nem fechar portas ao “resto da esquerda”. O candidato a secretário-geral do partido disse ainda não confiar no “não” de Montenegro, quanto a um eventual acordo com o Chega. PNS diz que só trabalha com um cenário de vitória do PS, nas eleições legislativas, sublinhando que o Chega “não é um problema”.

Pedro Nuno Santos disse, esta terça-feira, numa entrevista à TVI, que o Partido Socialista (PS) “não pode voltar a 2014”, quando tinha uma limitada autonomia estratégica.

O ex-ministro das Infraestruturas defendeu o legado político de oito anos de governos liderados por António Costa, admitindo repetir uma solução de Governo com suporte parlamentar de partidos à esquerda dos socialistas.

Nós não fechamos portas e critico quando se aparenta querer fechar portas. Em 2015, António Costa derrubou muros que existiam entre o PS e o resto da esquerda. Até a essa data, o PS dependia quase exclusivamente ou de uma maioria absoluta ou da direita para governar”, assinalou.

De acordo com Pedro Nuno Santos, em 2015, sob a liderança de António Costa, que sucedeu a António José Seguro no cargo de secretário-geral, o PS alargou o seu espaço de autonomia estratégica, formando um executivo suportado no parlamento pelo PCP, BE e PEV.

“Não podemos fechar essa porta. Nós não podemos voltar a 2014, voltando outra vez a restringir o espaço de autonomia do PS. Isso é que seria dramático para o PS e para as possibilidades de governabilidade do PS”, frisou.

Montenegro “não é credível”

Interrogado se admite deixar o PSD governar em minoria, após as legislativas de 10 de março, se este partido não fizer um acordo com o Chega, o ex-ministro socialista não respondeu, argumentou que só trabalha com um cenário de vitória do PS e advogou que o Chega “não é um problema do PS”.

“Temos ouvido várias declarações do líder do PSD sobre essa matéria, mas aquilo que nós sabemos, para além das palavras, é de um acordo que o PSD fez nos Açores com vários partidos entre os quais o Chega. O PSD ficou em segundo lugar e o PSD fez um acordo com o Chega. Eu nunca vi o líder do PSD a fazer uma crítica a essa solução governativa”, disse.

Para Pedro Nuno Santos, o facto de Luís Montenegro dizer que não vai fazer qualquer acordo com o Chega depois das eleições “não é credível”.

“O ponto é: se se quer derrotar o Chega, o voto é no PS“, apelou.

Dar tempo à justiça

Questionado se o processo judicial que envolve o primeiro-ministro deve ser concluído até às eleições legislativas, respondeu: “Não sou eu que vou agora impor prazos ao sistema judicial”. Depois, alegou que o ainda líder do seu partido, na Comissão Nacional do PS de sábado passado, “fez um apelo aos socialistas para que se focassem no país e na política, e não na justiça”.

“Acho que esse apelo do secretário-geral do PS deve ser respeitado e faz sentido”, frisou.

A justiça tem um tempo, estou tão preocupado quanto os portugueses no que diz respeito à confiança nas instituições e é muito importante que obviamente seja esclarecido o mais depressa possível”, declarou.

Estas posições foram transmitidas pelo ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação numa entrevista à TVI sobre as razões da sua candidatura ao cargo de secretário-geral do PS, cujas eleições estão marcadas para 15 e 16 de dezembro e tem como adversários o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro e o dirigente socialista Daniel Adrião.

ZAP // Lusa

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