O Conselho Científico da FCSH da Universidade Nova de Lisboa diz que não há “matéria que comprometa a integridade” do CV da investigadora Raquel Varela.
A investigadora Raquel Varela viu-se envolvida numa polémica depois de ter perdido o apoio do Instituto de História Contemporânea, no âmbito de um concurso a fundos públicos, devido a alegados “erros” no currículo. A notícia foi lançada pelo Público depois de Varela ter assinado um manifesto contra o jornal.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, o Conselho Científico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa considera que “não existe matéria que comprometa a integridade da componente bibliométrica” do Curriculum Vitae (CV) de Raquel Varela.
“Do CV de Raquel Varela constam 82 artigos listados, dos quais 36 publicados entre 2016 e 2021 e 30 publicados em revistas indexadas na ISI Thompson, na Scopus e na CAPES Qualis A”, lê-se no comunicado citado pelo Público.
O centro de investigação, pertencente à FCSH, conclui que o número total de artigos publicados em revistas indexadas é “aproximadamente metade do que é referido” no CV da investigadora. A historiadora contabilizava 67 artigos publicados em revistas indexadas no seu currículo enviado na candidatura ao concurso da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Depois de julho, o currículo de Raquel Varela foi atualizado. São agora contabilizados “70 artigos em revistas com arbitragem científica, na área da história, sociologia, educação, economia, serviço social e ciência política indexados no ISI Thompson, CAPES Qualis A, Scopus, entre outros”.
Foi acrescentado um “entre outros”, de forma a alargar as bases de dados de indexação além das três inicialmente referidas.
A faculdade conclui ainda que Raquel Varela “é autora ou editora de todas as publicações assinaladas”, embora nem sempre sejam “identificados todos os coautores ou coeditores”.
De acordo com o comunicado, também “existem imprecisões relativamente a dois títulos, a duas datas e em algumas identificações de códigos de registo em publicações online”.
A conclusão dos dois membros do Conselho Científico da FCSH é que “os alegados erros identificados pela direção do IHC [Instituto de História Contemporânea] não comprometem a integridade da componente bibliométrica do CV em apreço”.