Múmias sugerem que doença cardíaca existe há milhares de anos

As doenças cardíacas são associadas ao presente, consequência de estilos de vida sedentários, maus hábitos alimentares e o stress. No entanto, uma equipa de descobriu que as mesmas são uma preocupação humana há milénios.

Um novo estudo, recentemente publicado no European Heart Journal, encontrou provas generalizadas de aterosclerose, uma acumulação de colesterol LDL em placas ou ao longo das artérias que pode aumentar o risco de ataques cardíacos e AVC, em múmias antigas.

Segundo o Ancient Origins, os investigadores efetuaram exames de tomografia computorizada a 237 múmias adultas provenientes de 7 culturas diferentes com mais de 4000 anos e encontraram sinais de aterosclerose em mais de 37% dos casos.

“Encontrámos aterosclerose em todos os períodos de tempo, antes de 2500 a.C, tanto em homens como em mulheres, nas sete culturas estudadas”, afirma o cardiologista e primeiro autor do estudo Randall Thompson em comunicado.

Os cientistas observaram que, embora a frequência da doença no grupo estudado possa ser surpreendente, especialmente porque a idade média ao óbito de 40 anos é bastante reduzida comparativamente aos valores atuais, a maioria dos casos era consistente com a doença precoce que é frequentemente encontrada acidentalmente em exames de rotina.

“Este estudo indica que os atuais fatores de risco cardiovascular, como o tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação e para além do risco subjacente e inerente natural ao processo de envelhecimento humano, podem aumentar a extensão e o impacto da aterosclerose”, acrescenta Thompson.

“É por isso que é ainda mais importante controlar os fatores de risco que pudermos”, conclui.

Os investigadores salientam que as limitações do estudo abrangeram um grau variável de preservação e impacto do processo de mumificação no tecido, o que os levou a serem muito conservadores durante a análise dos exames.

As conclusões do estudo sugerem que os seres humanos têm, assim, predisposição inata para a doença, o que pode aumentar o risco de problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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