Os investigadores descobriram que, em comparação com os homens, as mulheres têm uma proteção notável contra a ferroptose.
Um novo estudo conduzido por investigadores da Duke Health sugere que as mulheres possuem uma vantagem molecular que as protege de um tipo de morte celular que surge nos rins feridos, de acordo com um comunicado de imprensa.
“A doença renal afeta mais de 850 milhões de pessoas em todo o mundo todos os anos, por isso é importante compreender porque é que os rins femininos estão mais protegidos contra estas lesões agudas e crónicas”, disse Tomokazu Souma, professor assistente no Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Duke.
“O nosso estudo é um passo para a identificação das causas e sugere que esta resiliência feminina poderia ser aproveitada terapêuticamente para melhorar a reparação renal em ambos os sexos”.
No estudo, a equipa de investigação usou ratos para analisar um tipo de morte celular recentemente descoberto chamado ferroptose. Sabe-se também que este tipo de morte celular está dependente do stress oxidativo e do ferro, e desempenha um papel significativo nas doenças renais.
Os investigadores, que utilizaram análises genéticas e transcriptómicas de ARN monocelular em ratos, descobriram que, em comparação com os homens, as mulheres têm uma proteção notável contra a ferroptose através de uma via específica conhecida como fator nuclear eritróide 2 relacionado com o fator 2, ou NRF2.
O NRF2, que mantém a morte celular controlada, é altamente ativo nas fêmeas, enquanto que a testosterona reduz a sua atividade nos machos, provocando ferroptose e danificando a resiliência celular nas lesões renais. Mais investigação feita no âmbito do estudo revelou também que, se ativada quimicamente, NRF2 pode proteger também as células renais masculinas da ferroptose. Isto é promissor para determinar NRF2 como um alvo terapêutico potencial para prevenir a reparação renal falhada após lesão renal aguda.
“Ao identificar o mecanismo em que o ambiente hormonal feminino protege e o ambiente hormonal masculino agrava as lesões renais agudas e crónicas, acreditamos que existe um forte potencial para aumentar a resiliência dos rins”, explicou Souma, citada pelo Interestig Engineering.